Em Beirute, ansiedade e medo são onipresentes, diz coordenadora da ONU

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Nesta quinta-feira no Líbano as pessoas continuaram sendo deslocadas por ataques aéreos israelenses, incluindo no centro da capital, Beirute.

Muitos libaneses disseram ter sido forçados a fugir da “destruição total”, em meio a novos relatos de ataques do Hezbollah contra Israel e confrontos corpo a corpo ao longo da linha de separação patrulhada pela ONU entre os dois países.

“Mais uma noite sem dormir em Beirute”

Na capital libanesa, trabalhadores humanitários da ONU relataram “outra noite de bombardeios” contínuos e muitas pessoas afetadas com necessidade de ajuda.

O coordenador humanitário da ONU no Líbano, Imran Riza, disse que os funcionários da organização estão atuando “apesar de suas próprias famílias estarem deslocadas e buscando segurança”.

A coordenadora especial da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis, disse que essa foi “mais uma noite sem dormir em Beirute”. Segundo ela as explosões “sacudiram a cidade” sem que houvesse nenhuma sirene de alerta.

Hennis acrescentou que a pessoas estão mergulhadas na incerteza, sem saber o que vem a seguir, em um clima onde “ansiedade e medo são onipresentes”.

Trauma e ansiedade

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, disse que o número de vítimas humanitárias é “arrasador”. As diversas agências da ONU que atuam na crise já prestam assistência a cerca de 1 milhão de pessoas em movimento até agora.

Segundo o Acnur, os afetados precisam “desesperadamente” do apoio da comunidade internacional para fornecer o básico: comida, higiene e assistência médica.

O representante da agência no Líbano, Ivo Freijsen, disse que foram identificados muitos casos de trauma e ansiedade. Ele deu o exemplo de uma jovem chamada Nancy, que descreveu as cenas ao seu redor como aterrorizantes, marcadas pela sensação de que “todos podem morrer a qualquer momento”.

Outra mulher chamada Muna relatou que saiu correndo de casa porque “houve 10 explosões ao mesmo tempo”.

Pessoas que fogem dos ataques no Líbano chegam à fronteira com a Síria
Unicef/Rami Nader

Pessoas que fogem dos ataques no Líbano chegam à fronteira com a Síria

Fuga do sul

Comunidades no sul do Líbano também tiveram que fugir do conflito, incluindo Zeinab e Fatima, que estavam em casa se preparando para ir à escola para uma prova quando o bombardeio começou. Elas relataram que naquele momento temiam que sua casa estivesse prestes a desabar. Zeinab, de 14 anos, disse que a mãe mandou que arrumassem as coisas e saíssem às pressas. 

Quando ela e sua família chegaram a Beirute após uma viagem que descrevem como “aterrorizante”, Zeinab disse ter ouvido bombardeios “ao redor” e que o som das explosões “ecoava por toda parte”.

Para ajudar inúmeras crianças em todo o Líbano, o Unicef está no local fornecendo água, saúde, nutrição, serviços educacionais e apoio psicossocial urgentemente necessários.

Acesso humanitário

Segundo a agência, os milhares de deslocamentos “agravam uma situação já terrível no Líbano, onde quase metade da população sofre de insegurança alimentar”. O país também abriga mais de 1,5 milhão de refugiados sírios que agora enfrentam dificuldades adicionais.

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, declarou que à medida que a situação de segurança no Líbano se deteriora, a necessidade de alimentos de emergência aumenta rapidamente. A agência apelou para que todos os pontos de entrada no país permaneçam abertos e que todas as partes continuem facilitando o acesso humanitário.

As equipes do PMA no Líbano distribuíram refeições quentes, cestas básicas, pão, sanduíches e assistência monetária de emergência a mais de 128 mil pessoas recentemente deslocadas. 

Fonte: ONU

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