CERCA de vinte e dois milhões de meticais é o montante global que o Estado perdeu no ano de 2023 em consequência de actos de corrupção em diversas instituições de Nampula. Segundo o Gabinete Provincial de Combate à Corrupção, este valor resulta de 181 processos tramitados durante aquele período, dos quais 55 foram julgados.
Foram registadas 152 denúncias, das quais 126 autuadas em processos crimes, sendo que 14 foram arquivados por remessa criminal e oito remetidos ao Tribunal Provincial de Nampula. No que se refere ao crime de branqueamento de capitais, a Procuradoria Provincial registou quatro processos que foram encaminhados ao tribunal.
O procurador-chefe provincial, Ribeiro Cuna, que revelou a informação na cerimónia de abertura do ano judicial, avançou que, em Nampula, o tráfico de drogas é feito em pequenas quantidades e o consumo a causa da toxicodependência e motivo de comportamentos desviantes, principalmente nos adolescentes e jovens.
Cuna desafiou os magistrados do Ministério Público a dominarem os instrumentos legais disponíveis para dar resposta, nomeadamente, ao tráfico de drogas e branqueamento de capitais, dois problemas que estão por detrás da inclusão do país na lista cinzenta do GAFI.
De acordo com a fonte, um estudo levado a cabo por especialistas sobre o tráfico de drogas indica, por exemplo, que Moçambique é considerado corredor de trânsito de heroína para a Europa e estima-se que, por ano, sejam transportados entre 10 mil e 40 mil quilogramas, gerando lucro estimado em 20 milhões de dólares aos traficantes.
Deste valor, segundo o procurador, citando o relatório, dois milhões ficam no país para pagar, por exemplo, subornos.
Fonte:Jornal Notícias
