Frustração, títulos e Benfica: saiba tudo o que disse Amorim

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Treinador do Sporting diz que o dérbi ainda não está em mente, destaca dificuldades na deslocação a Vila do Conde e lamenta que a superioridade diante dos suíços não tenha sido traduzida numa vitória em Alvalade

– Está satisfeito com o que a equipa criou? O Gyokeres falhou um penálti e todo o estádio gritou por ele.

– Isso é um excelente sinal, também porque gostam muito dele, a equipa está a esforçar-se e é superior, querem dar força ao jogador, sente-se a ligação entre adeptos e jogadores. Veem que a equipa está a esforçar-se. Não fico preocupado com os jogadores falharem, porque não têm falhado muito. Não fazer de um jogo o reflexo do que tem sido a época, por vezes em cada remate há um golo e depois há dias assim. Temos de ter sentimento de frustração porque devíamos ter mais uma vitória na Europa, não aconteceu, mas não tenho muito a apontar aos jogadores, não há o baixar de intensidade, há sentimento de frustração, não aconteceu, mas nas duas mãos demonstrámos que fomos superiores.

– Essa frustração aumenta porque vem aí o Benfica e, claro, o Rio Ave? Falou várias vezes que é preciso ter sorte na Liga Europa, amanhã realiza-se o sorteio, o que seria para si uma boa sorte?

– Não tenho preferência, estamos apenas focados no Rio Ave, não podemos perder pontos. Na Liga Europa é preciso sorte, não só nos adversários, neste momento é indiferente, obviamente que há equipa mais difíceis. Não temos fantasmas nenhuns. O adversário não interessa. O Liverpool não perde com ninguém, o Leverkusen vai em primeiro da Bundesliga… Podia sair um desses e se ganhássemos ao Rio Ave eu assinava. Sabemos que vai ser diferente com o Rio Ave, não estávamos descansados se tivéssemos ganho 5-0. As condições do tempo vão estar difíceis, vamos arrumar este jogo que passou, com o Raków ganhámos, mas não jogámos bem, hoje não foi assim. Devíamos ter ganho este jogo, devíamos ter demonstrado através de números o que se passou nas duas eliminatórias e o resultado ficou aquém. Chegar à final era excelente objetivo, era muito bom para nós. O adversário torna-se irrelevante.

– Fresneda regressou aos relvados após quase três meses de ausência. O que achou?

– Acima de tudo serviu para ele voltar a sentir o que é jogar. Ele precisa de treino, tal como o St. Juste, mas não temos conseguido treinar as nossas nuances e rotinas e para um jogador que vem de lesão é difícil apanhar tudo sem ter esses treinos, vai caminhar devagar, até ao final da época vamos precisar de todos os jogadores, é sinal de que continuaremos em todas as frentes.

– O Gyokeres falhou um penálti e os adeptos gritaram o nome dele. É um ídolo? Falhou o penálti, vai continuar a marcá-los?

Vamos ver, é bem possível que continue a marcar, já aconteceu com o Pote, falhou um e marcou o seguinte. Não perdemos a confiança nele, ele irá bater o próximo penálti! É um ídolo não só dos sportinguistas, mas de toda a gente, até o festejo dele é usado por todos, é muito simpático e as pessoas adoram-no. Mesmo que ele falhasse três penáltis continuariam a gritar o nome dele.

– Sentiu alguma frustração em Edwards e Gyokeres? A recuperação de Paulinho está mais demorada do que o que era esperado, isso também impede alguma gestão de Gyokeres?

– O Gyokeres não precisa de grande gestão, ele fez isto no Championship, faz muitos metros, leva muita porrada, mas o Viktor vai fazendo os seus sprints, recupera mais devagar e depois vai outra vez, é um esforço diferente do dos médios. Por exemplo, o Inácio estava cansado mentalmente, sai, descansa mais e vai ser importante no próximo jogo, principalmente para as bolas paradas. Frustração… olho para o Marcus e ele parece outro jogador do que quando chegou, não há nada como a concorrência, faz crescer toda a gente, puxam uns e outros para um nível superior, não vi frustração nenhum. O Gyokeres quando não marca três fica frustrado, faz parte do caráter dele.

– O jogo com o Rio Ave requer uma preparação diferente, por exemplo, por causa do vento que se costuma fazer sentir?

– Tudo vai entrar em jogo e pelas previsões vai ser complicado para nós, e para o Rio ave também. Se o vento tiver muita influência temos equipa para nos adaptarmos a essas características. Vamos preparar o jogo dessa forma.

– Acha que o Gyokeres sai mais satisfeito com o golo ou mais frustrado pelo golo falhado? Em relação ao Paulinho pode especificar a lesão?

– O Paulinho sei que é no pé, é com o departamento médico, mas não está a demorar mais tempo do que era previsível. Depois da segunda lesão está dentro do tempo. O Viktor está mais frustrado pelos golos que não marcou.

– Hoje alcançou uma marca interessante, 195 jogos, tornando-se no segundo treinador com mais jogos no Sporting, pretende bater este recorde?

– O treinador mais titulado do Sporting tem 13 títulos [n. d. r. trata-se de Abel Picabêa], esse é o objetivo, não ter muitos jogos e não ter títulos. O meu objetivo é conquistar títulos para o Sporting. Há uma mentalidade que temos de ter no Sporting, ou se ganha ou temos problemas.

– Como classifica o regresso de Diomande à competição, depois da participação no CAN? E o que pretendia com a substituição de Gonçalo Inácio por Nuno Santos?

Inácio está cansado, tem feiro os jogos todos, o Nuno é o terceiro dia de recuperação, por isso podia jogar e o Matheus Reis esteve muito bem, assim com o Diomande, muito bem, as sensações que tivemos no treino tivemos no jogo. O central do meio é o que tem menos deslocamentos, pressionámos tão bem que os problemas que teve foi em duelos, que é o que ele gosta.

– Pensando na final de Dublin o Benfica pode ser adversário do Sporting.

– O adversário torna-se irrelevante.

– Eduardo Quaresma tem-se destacado no transporte da bola, é algo que vem de instruções suas ou é um processo natural?

– É algo que tínhamos no jogo e depende das características dele. O Matheus, o Inácio, o St. Juste também o fazem, as indicações são se ninguém sair na pressão, seguir com a bola. Depois tem que ver com o talento deles, o Quaresma hoje exagerou numa ou outra vez [risos], no fundo eles são os criadores de jogo, as indicações do treinador são poucas.

Fonte: A Bola

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