O IMD diz que manutenção da paz no país é frágil

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O Instituto para Democracia Multipartidária (IMD) defende que o país está frágil quanto à manutenção da paz e, por isso, urge repensar modelos. Dércio Alfazema director de Programas naquela organização, propõe a criação de um modelo de institucionalização da paz que monitore os factores de risco para a paz em Moçambique. 

Alfazema falava em na cidade de Quelimane, na Zambézia, à margem do ciclo de reflexão sobre a paz e reconciliação nacional. O Instituto para Democracia Multipartidária está a organizar um ciclo de reflexões províncias sobre mecanismos e modelos locais de promoção da paz e reconciliação em Moçambique. 

“O país ciclicamente tem estado a assinar acordos de paz, isto demonstra que, de alguma forma, existe fragilidade. Por isso, é preciso que encontremos os factores de vulnerabilidade na nossa paz, que é o que deve ser feito para evitar aquele cenário”, disse Dercio Alfazema.

A fonte acrescentou que o IMD tem estado a defender “a elaboração de uma agenda da paz e sua institucionalização”. Ou seja, a criação de uma comissão, instituto, ministério e etc, a par do que acontece com uma Comissão Nacional de Eleições, dos Direitos humanos e ética. 

“Precisamos repensar num modelo de institucionalização da Paz como um mecanismo que vai estar a monitorar, de forma permanente, aquilo que é a agenda da paz, suas acções e reforços, bem como aquilo que são factores de risco para a paz em Moçambique”. 

O padre Abel Canadá, um dos oradores do evento, defendeu a reconciliação como o fundamento para a manutenção da paz. Disse que o Acordo Geral de Paz, assinado no dia  4 de Outubro de 1992, foi rubricado para a cessação de conflitos entre o Governo e a Renamo, mas sente-se que nas negociações faltaram consensos. 

“Nós não assinamos aquele acordo, depois de uma reconciliação entre moçambicanos, nós fomos fazer negociações e depois é que viemos assinar. Mas, nas negociações será que houve reconciliação?”, perguntou o orador.

“Não foram negociar reconciliação, foram discutir a paz. O objectivo dos Acordos de Paz era de terminar a guerra e instaurar as eleições e não a reconciliação do país, por isso dissemos que não pode haver paz sem reconciliação”, precisou. 

Os participantes da reflexão entendem que, apesar dos ganhos alcançados pelos sucessivos acordos de cessação das hostilidades, a introdução do multipartidarismo e realização de eleições periódicas, o país continua a enfrentar desafios no pluralismo político, paz sustentável e reconciliação nacional.

Fonte:O País

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