O UNICEF e Reino Unido ajudam no acesso à água em comunidades remotas de Nampula

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Ribaué, Nampula – “Eu tenho que trazer água nas garrafas a partir de casa para beber assim como para cuidar da minha higiene na escola, porque temos dificuldades para usar a bomba manual instalada aqui na escola,” disse Ana Rodrigues, de 12 anos de idade, que frequenta a 4ª classe na Escola Primária de Matharya, na localidade de Matharya, no Posto Administrativo de Iyapala, no Distrito de Ribaué.

Na sua escola, Ana e os outros alunos perdem, em média, três horas para conseguir água para higienização dos sanitários e lavagem das mãos, devido à grande dificuldade que enfrentam em usar a bomba manual. Na escola, por vezes, ficam sem água para beber, assim como para satisfazer as condições básicas de higiene, por conta da grande dificuldade que a bomba manual apresenta para as crianças.

“Suporto longas horas na fila para ter água para poder usar em casa,” conta a senhora Satifa Januário Semente, de 33 anos de idade, residente em Matharya, que, para poder ter 20 litros de água, tem de acordar todos os dias às 3:00 horas de madrugada. Satifa sofreu agressões de pessoas estranhas, na sua comunidade, pelo facto de ter de acordar de madrugada, para buscar água. Estas dificuldades trazem também problemas para as crianças de Satifa, que chegam muitas vezes atrasadas à escola porque têm de esperar pela água trazida pela mãe, para sua higiene matinal.

O Comité do Reino Unido para o UNICEF (UNICEF UK) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Moçambique, têm apoiado a escola e a comunidade de Satifa e Ana na melhoraria do acesso à água, fazendo a substituição da bomba manual com uma bomba eléctrica movida por painéis solares, que vai ajudar a escola e a comunidade a terem mais água para beber e fazer limpeza. Este projecto apoiado pelo UNICEF UK traz esperança para Ana, pois espera ver o seu sofrimento e das crianças da sua escola aliviado, podendo assim se dedicarem mais aos estudos.

Para Satifa, este apoio significa que não vai ter de acordar de madrugada para tirar água, podendo ter mais tempo para descansar e fazer outras actividades, e acima de tudo, ter mais facilidade de ter água para sua família.

O projecto de transformação do furo com bomba manual num sistema com bomba eléctrica movida por painéis solares irá aumentar a quantidade de água para a comunidade de Matharya. Estas infraestruturas irão também ter um mecanismo de manutenção e gestão que serão integrados no comité de água da escola que é constituído por doze membros, sendo os professores responsáveis pela saúde escolar, dois membros de conselho de escola, duas alunas e quatro alunos, os quais serão capacitados em matérias de gestão do sistema solar, sua operação e manutenção.

“Eu quero contribuir activamente na conservação da nova infraestrutura a ser alocada na minha escola pelo projecto, por forma a servir a nós e as demais crianças que virão mesmo depois de eu sair da escola,” disse Ana Rodrigues.

Este ano (2023), o sistema de abastecimento de água de Matharya foi reabilitado e expandido e conta com três fontanários de duas bicas para a comunidade, um bebedouro na escola e uma ligação para a sede da localidade. “Com a introdução deste sistema não só tenho água em pouco tempo, mas também consigo ter água suficiente para as minhas tarefas em casa,” conta Satifa.

“Já conseguimos ter água em quantidade e com qualidade para satisfazer as nossas necessidades e cuidar da nossa higiene. Com a introdução deste novo sistema conseguiremos ter maior aproveitamento na escola, uma vez que o tempo que usávamos na busca de água vamos aplicar para os estudos, o novo sistema também tem a vantagem na facilidade do uso pois as torneiras requerem menor esforço na abertura e fecho para os meus colegas com idades menores,” concluiu Ana.

Fonte: UNICEF

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