“Esta semana toda, só hoje é que saiu água. Por isso, não posso atrever-me a dizer que as restrições já chegaram ao fim, porque mesmo hoje só a tive por pouco tempo”. A afirmação é de Vitória João, de 75 anos, residente no bairro do Aeroporto.
A idosa reagia à informação sobre o fim de restrições de água, avançada, esta terça-feira, pela empresa Águas da Região de Maputo.
No mesmo bairro, Moisés Bata alonga-se em reclamações. Apesar de reconhecer que a pressão com que a água sai nos últimos dias melhorou, disse que, na semana em curso, só teve água nos últimos dois dias, durante menos de oito horas. “Ontem e hoje está a sair água, mas sai até por volta das 11h30, depois fecha”, referiu.
Nos bairros visitados pela equipa do “O País”, na Matola, os moradores falam de melhorias no fornecimento. No bairro Trevo, Bendita Bule, de 60 anos, disse que o abastecimento de água registou melhorias, mas continua a ter água em dias alternados.
No bairro de Matola sede, Josefina faz a mesma leitura. Diz que já tem sido abastecida pela Águas da Região de Maputo todos os dias. Mas há um pormenor: agora é obrigada a madrugar para garantir água. “Já não sai, já não sai, fecham muito cedo”, afirmou a dona de casa, de 32 anos de idade, segundo a qual “começa a sair bem por volta das 03h00, 04h00 de madrugada, no máximo até às 06h00. A partir das 06h00, já não há nada”.
De referir que, no comunicado distribuído, última terça-feira, à imprensa, José Barata, director técnico da empresa Águas da Região de Maputo, salientou que o abastecimento de água já está a ser feito todos os dias, porém, houve uma redução para uma média de apenas oito horas no fornecimento do “líquido da vida”.
As restrições no fornecimento de água afectaram duzentos e cinquenta mil clientes da empresa Águas da Região de Maputo na capital do país e Matola, desde Janeiro último, devido à insuficiência de reservas na Barragem dos Pequenos Libombos.
Fonte:http://opais.sapo.mz/index.php/sociedade.html
