Casas continuam dentro de água em Ricatlha

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Cerca de cem casas ainda estão alagadas em Ricatla, no município de Marracuene, Província de Maputo. A edilidade local aposta no reassentamento como parte da solução.Pedro Mulhanga foi a Ricatla pela primeira vez em 1977 e, nesse ano, viu que o local era propenso a inundações, mas, mesmo assim, arranjou um terreno e construiu a sua casa. Hoje, a água já atingiu o seu quintal, onde, nos tempos livres, se dedica à pesca.O benefício da pesca não é nada comparado à questão da segurança, pelo que Mulhanga quer sair para um local seguro. “Aqui havia um caminho que não estava fechado, passavam pessoas para o outro lado e a chuva de agora veio encher. Havendo possibilidade do nosso Governo, não tenho como negar sair”, disse.É uma vista que, de longe, atrai a atenção de quem passa, mas, para quem fica ou vive por cá, conhece a preocupação de perder tudo. Francisco Chabana tem o muro da sua residência alagado e diz estar a ver o perigo a espreitar. “Estão todos preocupados. É preocupante o que acontece aqui. Tenho um primo que abandonou a sua casa e foi arrendar numa área segura. Meus vizinhos também fugiram de suas casas, mas nós estamos nisto.”Algumas das famílias que receberam terrenos em locais seguros, estranhamente, voltaram. Um desafio que as autoridades devem resolver, pois, para já, o reassentamento é a solução para as famílias que têm suas casas inundadas. O edil de Marracuene diz que Matalana é o local identificado para o reassentamento.“Já conseguimos 97 terrenos para as populações da baixa de Ricatla, demos cimento, chapas de zinco e outro material de construção, ajudamos as populações a mudarem-se para e lá e vamos demolir tudo. Existe sempre aquela resistência, há pessoas que acham que ali onde há água há muito dinheiro e dizem que o Governo quer vender aquela área. Nós não queremos vender espaço nenhum. Aquilo é uma baixa onde morreram pessoas.”Os moradores de Ricatla pedem às autoridades para garantirem segurança naquela zona, porque, para além de pescadores, há crianças que brincam e dão mergulhos, e isso representa perigo.

Fonte:O País

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