A COMISSÃO Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) apela às autoridades governamentais e às formações políticas nacionais a assegurarem o pleno exercício da actividade jornalística durante a campanha eleitoral em curso no país, pedindo que defendam a liberdade de imprensa e de expressão.
A exortação foi feita ontem na cidade de Nampula durante a formação regional de 30 jornalistas oriundos das províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula e Zambézia em matérias sobre ética e deontologia profissional na cobertura de eleições.
Na abertura do encontro, o presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, Albachir Macassar, alertou que a liberdade de imprensa é o garante da independência jornalística e veículo ideal para a partilha de informação isenta, rigorosa e real sobre o processo eleitoral no país.
É neste contexto que Macassar justificou a realização desta formação, dizendo que a mesma foi programada para decorrer num período político importante para os jornalistas porque permitirá que recordem as linhas da sua actuação e renovem conhecimentos essenciais da sua profissional.
Pretende-se ainda, segundo Macassar, ajudar outros actores políticos a compreenderem a essência do trabalho realizado pelos jornalistas, que é cobrir toda a actividade de campanha com o mesmo rigor e equilíbrio, independentemente da cor política ou preferência partidária.
A fonte defendeu que o surgimento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) constitui um desafio para os profissionais desta classe, em virtude de exigir flexibilidade no tratamento e difusão de informação correcta e verdadeira, ao mesmo tempo que requer precisão na selecção de conteúdos veiculados nas plataformas digitais.
Explicou que hoje em dia as plataformas digitais tornaram-se um espaço fértil de difusão de informação falsa, com destaque para esta fase da campanha eleitoral, o que exige o redobrar da atenção por parte dos jornalistas e das fontes que as consomem.
Por seu turno, o representante do secretário-geral do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), Elísio João, sublinhou que a formação é oportuna, pois dará aos profissionais que nela participam mais ferramentas para fazerem o seu trabalho com o profissionalismo que se exige.
Elísio João apelou à classe a distanciar-se de actos de corrupção, evitando, igualmente, ir fazer campanha eleitoral à boleia dos partidos políticos, incluindo receber material de propaganda, dinheiro, lanches e almoços.
Lembrou igualmente que as eleições são o ponto mais alto da celebração da consolidação da democracia e de construção do Estado de Direito Democrático, o que pressupõe uma ampla participação da população, com destaque para a eleitoral.
No entanto, esta classe é que assegura, através das suas peças jornalísticas, devidamente elaboradas, a participação consciente dos cidadãos neste tipo de processos.
Já Paul Gomis, representante da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em Moçambique, afirmou que a capacitação visa reforçar o compromisso colectivo em relação aos padrões de ética, responsabilidade e, acima de tudo, a verdade durante a cobertura eleitoral.
A UNESCO assumiu o compromisso de junto de outras agências das Nações Unidas, governos, organizações da sociedade civil apoiar os jornalistas moçambicanos na sua missão de difundir conteúdos noticiosos verdadeiros que reflectem a justiça social, equilíbrio e integridade democrática. Durante os dois dias da formação, os fazedores de informação vão abordar vários temas, com destaque para normas internacionais dos direitos humanos durante o período eleitoral, respeito do Código de Ética, Conduta e Deontologia Profissional dos jornalistas em Moçambique.
Foto: Féling Capela
Fonte: Jornal Noticias