A CBF celebra o centenário de um marco na luta contra o racismo no futebol brasileiro

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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) comemorou neste domingo o centenário de um dos marcos na luta contra o racismo no esporte e no país, ao lembrar a decisão do Vasco da Gama de se recusar a excluir 12 jogadores negros do seu elenco para poder disputar um torneio.

O órgão máximo do futebol brasileiro, em um comunicado, expressou os seus parabéns ao clube carioca pelo centenário da chamada ‘Resposta Histórica’, uma carta na qual o então presidente do Vasco, José Augusto Prestes, afirmou que preferia se retirar do torneio a excluir os seus jogadores.

Prestes, em uma carta dirigida à então Associação Metropolitana de Desportos Atléticos, respondeu que o clube não expulsaria do time os 12 jogadores “negros e de origem e condições humildes”, condição imposta pela entidade para permitir a participação no Campeonato Carioca de 1924.

“Parabenizo o Vasco pelo centenário da ‘Resposta Histórica’, uma data que está na história do futebol brasileiro e do nosso país. Essa carta foi um ato sem precedentes de coragem do Vasco e um marco na luta contra o racismo”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, citado no comunicado.

Segundo o dirigente, o primeiro negro a assumir a presidência da também centenária CBF, o documento deu início ao processo para permitir a inclusão de todos os brasileiros no futebol, já que os clubes da época não contratavam negros.

Rodrigues lembrou que desde que foi eleito, em 2022, luta para combater o racismo no futebol e que a CBF é a única entidade nacional que prevê em seu regulamento de competições sanções esportivas por atos racistas.

A CBF lembrou que o Vasco da Gama, o único dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro a surgir em uma região pobre da cidade, surpreendeu os seus adversários ao conquistar o seu primeiro título do Campeonato Carioca em 1923 com uma equipe composta por jogadores negros.

“O lendário time das Camisas Negras era composto principalmente por negros, trabalhadores e brancos de baixa condição social. Foi a primeira vez que uma equipe com jogadores das camadas populares conquistou o então principal torneio de futebol do Brasil”, de acordo com a CBF.

Segundo a Confederação, os outros clubes reagiram àquela vitória e condicionaram a participação do Vasco no torneio do ano seguinte à exclusão da sua equipe precisamente dos doze jogadores negros ou brancos de baixa condição social com que contava, por considerá-los “sem condições morais”.

Foi então que o presidente do Vasco, na carta escrita em 7 de abril de 1924 e em resposta à então federação regional de futebol, saiu em defesa dos seus jogadores negros, trabalhadores e analfabetos.

Fonte: Besoccer

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