Raio-x à época do Benfica: piores reforços e queda dos que ficaram

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Só Di María e Trubin conquistaram a titularidade; a diferença para a temporada passada

Os reforços contratados para a época 2023/2024 tiveram um desempenho pior que na temporada anterior. Das 10 caras novas que chegaram ao clube nos dois mercados (verão e inverno), num total de €97 milhões de investimento, apenas Di María e Trubin têm o estatuto de titulares. Os outros não convenceram quer o Terceiro Anel quer o próprio Roger Schmidt.

Jurásek fez apenas 12 jogos e sempre num registo sofrível e teve de ser emprestado ao Hoffenheim, da Alemanha, para tentar valorizar-se e permitir às águias recuperar os €14 milhões; Bernat chegou por empréstimo do PSG, mas com muitos problemas físicos e só participou em seis jogos; Kokçu aterrou na Luz com o estatuto de futebolista mais caro da história do clube e do futebol português (€25 milhões), mas teve problemas de adaptação, criticou o treinador e perdeu um lugar no onze (ainda que os recentes indícios apontem para um novo estatuto do turco, que ficará dono do lugar de Rafa); Arthur Cabral oscilou entre a titularidade e o banco (24 jogos como suplente utilizado dos 43 que efetuou) e apesar de ser o terceiro melhor marcador da equipa (11 golos) não fez esquecer Gonçalo Ramos, o homem a que foi chamado a substituir a troco de €20 milhões pagos à Fiorentina.

Dos jogadores que chegaram em janeiro, Marcos Leonardo tem-se mostrado com golos (7) que não se traduziram em oportunidades para jogar de início (quatro vezes titular em 21 partidas); Carreras sentiu problemas em afirmar-se e só a lesão de Bah lhe permitiu ter uma sequência maior de minutos consecutivos, Rollheiser soma apenas sete jogos (nenhum a titular) e Prestianni tem estado a evoluir na equipa B.

Isto contrasta com o quadro da temporada passada. Dos oito reforços em 2022 e janeiro de 2023 (total de €114 milhões), quatro tornaram-se titulares (Bah, Aursnes, Enzo Fernández e Neres) e um suplente utilizado goleador (Musa). Os casos de insucesso foram Draxler (quase sempre lesionado), Tengstedt (ainda hoje sem convencer) e Schjelderup (emprestado ao Nordsjaelland). A isto deve acrescentar-se a elevação de dois jovens da formação à equipa principal (António Silva e João Neves), algo que não se verificou na presente temporada.

Mas se os reforços não foram tão determinantes quanto os de 2022/2023 (Di María será o único a reunir consenso), entre os jogadores que ficaram contam-se apenas dois casos de subida de rendimento do ponto de vista do número de jogos ou de golos: Rafa e João Neves. O avançado português tem mais seis golos que na temporada anterior (20 contra 14) e soma mais assistências (14 contra 9), enquanto o médio contabilizou muito mais tempo de jogo (53 jogos contra 20) e mais golos (3 contra 1), muito embora na temporada transata só conquistou o estatuto de titular em abril.

Quanto aos restantes do onze base: Bah fez menos jogos, por lesão (32 contra 42); Otamendi manteve os mesmos registos (menos dois cartões amarelos, mais dois golos e mais três jogos), António Silva fez mais jogos mas viu mais amarelos (9), mais vermelhos (2 contra 0) e marcou menos golos (2 contra 5); Florentino jogou menos (22 partidas a titular contra 43) e João Mário também viu baixar os níveis: em 43 jogos a titular (mais seis como suplente utilizado) marcou nove golos e fez sete assistências contra os 23 golos e 13 assistências em 50 partidas no onze da temporada 2022/2023.

Apesar de ter ultrapassado a barreira dos 100 golos em todas as competições esta época, o Benfica dificilmente atingirá a marca dos 131 da época passada em 55 partidas (média de 2,38 por jogo). Até agora a equipa contabiliza 108 em 54 encontros (média de 2). Muito por culpa da ausência de um ponta de lança goleador: dos três jogadores do plantel para esta posição, apenas Arthur Cabral aparece no top 5 dos mais concretizadores, com 11 golos, mas longe dos 20 do melhor marcador da equipa, um avançado que não é um 9 (Rafa) ou até mesmo do extremo Di María (16).

Comparando a soma dos golos dos cinco melhores marcadores da época passada, são menos 24 golos no bolo total, destacando-se e uma forma inequívoca o papel de Gonçalo Ramos na época do título, com 27 golos e cinco assistências em 47 jogos.

Por outro lado a águia sofreu mais 13 golos que na época passada (53 contra 40), número que traduz menor eficácia defensiva, que pode ser explicada pelas dificuldades visíveis na capacidade de pressão que tanto sucesso deu em 2022/2023.

‘Top’ 5 goleadores em 2022/23

‘Top’ 5 goleadores em 2023/24

Fonte: A Bola

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