Venâncio pode concorrer às presidenciais mas será difícil

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Venâncio Mondlane anunciou, este domingo, que vai concorrer às eleições presidenciais de 09 de Outubro próximo se o povo assim o desejar. Na visão dos analistas Samuel Simango, Moisés Mabunda e Fernando Lima, é um desejo que se pode realizar, mas há risco de problemas para a sustentabilidade da candidatura, hostilidades por parte do partido no poder, entre outros.O membro da Renamo que foi impedido, não só de aceder ao VII Congresso do seu partido em Alto Molocué, aterrou no Aeroporto de Mavalane com um novo caminho para ser Presidente do país. Contudo, para alcançar o seu desiderato, precisa de pelo menos 100 mil assinaturas para sustentar a sua candidatura. Na sua perspectiva optimista, Venâncio Mondlane não só vai conseguir conquistar 100 mil assinaturas, mas 110 mil, sendo 10 mil em cada província, incluindo a Cidade de Maputo. Para os analistas do programa Noite Informativa, da STV Notícias, edição de domingo, é possível que Venâncio consiga fazer frente a Daniel chapo, Lutero Simago e, sobretudo, Ossufo Momade.Moisés Mabunda antevê dificuldades na capacidade organizacional, estrutural e financeira de dirigir um partido, caso Venâncio Mondlane consiga as assinaturas. “Se passarmos por aspectos logísticos, financeiros, organizacionais, se conseguir tudo isto, ele é uma figura política a considerar.” A justificação de Mabunda sobre a possibilidade da candidatura de Venâncio Mondlane é que a sua “força política” foi testemunhada aquando das autárquicas. “As marchas que protagonizou depois das eleições autárquicas mostram que tem uma aceitação no meio político nacional”, mas alerta que “nem sempre um bom jogador pode ser bom montador de equipas”.Em acréscimo, Mabunda diz que “a presença de Venâncio é uma mancha muito grande e caberá à Renamo encontrar estratégias fortes para abafar qualquer entusiasmo da juventude, uma vez que Venâncio vai também direcionar o seu pedido de voto ao grosso número de jovens da Frelimo que estão frustrados. Os novos votantes verão em Venâncio uma figura em ascensão, por ter uma popularidade muito grande”.Fernando Lima também concorda que Venâncio Mondlane seria um obstáculo nas eleições, não só para a Renamo (seu partido), mas também para a Frelimo e para o MDM. Também concorda que “haverá muitas barreiras legais para Venâncio Mondlane concorrer”, mas diz que a prioridade, agora, é correr contra o tempo, uma vez que os partidos já submeteram as suas candidaturas e o calendário eleitoral não espera por ninguém. Venâncio deve decidir se será candidato de um partido ou vai optar por uma coligação de partidos políticos”, defendeu.Lima recordou que Daviz Simango, o falecido antigo presidente do MDM, também começou a sua eleição em circunstâncias semelhantes. “Daviz Simango, na sua primeira candidatura na Beira, foi como independente e teve problemas na própria cidade que o elegeu, porque não tinha grupo na Assembleia Municipal, por isso é importante que Venâncio Mondlane equacione as possibilidades a pensar em ter, politicamente, um grupo de apoio”, alertou.O analista Samuel Simango, que prevê o mesmo cenário, diz que caso Mondlane consiga lograr as suas intenções, o partido Renamo, sobretudo o seu presidente, serão os primeiros a ressentirem-se das suas decisões. “A primeira candidatura que irá sentir a presença de Venâncio como candidato será Ossufo Momade, porque tudo indica que as declarações dos delegados no congresso não são totalmente verdadeiras, pois há-de haver apoiantes do próprio Congresso”, reflectiu.Sobre a postura do partido Renamo face aos exercícios legais levados a cabo por Venâncio Mondlane, o último que o obrigava a participar no Congresso Nacional, Fernando Lima diz que era previsível que houvesse impedimentos. “Seria muito difícil para Ossufo Momade e para a Renamo acolher Venâncio depois de todas as batalhas judiciais a que os sujeitou. Os sapos que Mondlane distribuiu foram tantos e tão volumosos que o próprio Ossufo Momade teria uma indigestão ao engolir”, referiu.E, apesar das confusões no congresso, nem tudo foi mal. Para Samuel Simango, houve também bons exemplos. O primeiro é que “foi boa a ideia de se realizar o congresso no distrito. Foi louvável. De alguma forma, transferiu algum fluxo da economia. O segundo diz respeito às intervenções dos delegados provinciais, que, além de saudações, incluíam alguns posicionamentos políticos”, acrescentou.

Fonte:O País

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