“Afastamento da CAD vai gerar abstenções dos jovens”, diz Lázaro Mabunda

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A não participação da CAD nas eleições gerais de outubro próximo pode gerar muita abstenção, principalmente entre os jovens, refere Lázaro Mabunda, pesquisador do Centro de Integridade Pública (CIP). Já o analista, Mauro Silva, diz que é uma oportunidade para os partidos aprimorarem seus manifestos.O afastamento da Coligação Aliança Democrática da corrida eleitoral deste ano, gera uma incógnita do cenário político que se vai viver nos próximos dias, uma vez que os apoiantes da coligação terão de decidir entre redireccionar o seu apoio e manterem-se retraídos.O pesquisador do CIP, Lázaro Mabunda, acredita que a anulação da inscrição da CAD, segundo a decisão tomada na última quinta-feira pelo Conselho Constitucional, terá impacto na sociedade, sobretudo nos jovens.Há Um universo muito grande de jovens que foram excluídos do processo eleitoral porque esse grupo de jovens que acompanhavam a CAD e o seu candidato, eventualmente vai decidir pela abstenção, ou seja, não se deu alternativa a esses jovens de apostar noutros candidatos”Porque a CAD e o candidato presidencial Venâncio Mondlane têm imagens associadas, Mabunda receia um ambiente não bom.“Neste momento, Venâncio Mondlane poderá avançar mas provavelmente já não terá o mesmo peso que avançar com um suporte partidário porque passa a ser um candidato que não pode constituir nenhuma bancada parlamentar. Em todo o lugar onde fazia campanha, Venancio movimentava grande número de jovens que mostravam vontade de apoiar a sua candidatura e sem a CAD esses jovens perdem essa vontade de votar.”Para o analista, a decisão do Conselho Constitucional levantou mais suspeições sobre a sua credibilidade e da CNE.“Esses são órgãos altamente politizados e as pessoas que representam essas instituições representam também os partidos. Na CNE, a Renamo, MDM e a Frelimo estão lá e todos esses defendem interesses dos seus partidos. No Conselho Constitucional está a Renamo e a Frelimo, também a defender os interesses dos seus partidos.”Sobre a recente nomeação da presidente do conselho constitucional que foi reconduzida às suas funções, um dia antes da decisão do afastamento da CAD, Mabunda considera que foi uma coincidência, porque “não vejo uma relação entre a decisão de ser recundizada e a decisão da CAD, porque a decisão teria sido a mesma mesmo que não houvesse essa recondução da presidente”, defendeu.Mauro Silva tem outro entendimento. Para si, o afastamento da CAD é uma oportunidade para os outros partidos aprimorarem os seus manifestos eleitorais. “Não vejo que possa haver grande abstenção. Eu vejo que grande parte dos jovens tem a capacidade de votar e só resta saber em quem vão votar, mas tudo vai depender da força do programa dos manifestos eleitorais de cada partido”, disse.Silva defende, entretanto, a mudança da composição da CNE e do CC, como forma de devolver a credibilidade nas duas instituições tidas como partidárias.

Fonte:O País

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