Os preços do petróleo subiram nesta quinta-feira, 04/04, devido a preocupações de uma menor oferta, uma vez que os principais produtores estão a manter os cortes na produção e com sinais de um crescimento económico mais forte nos Estados Unidos, o maior consumidor mundial de petróleo.
Os futuros do Brent para Junho subiram 31 centavos, ou 0,4%, para US$ 89,66 por barril, às 04:43 GMT. Os futuros do West Texas Intermediate (WTI) dos EUA para Maio subiram 30 centavos, ou 0,4%, para US$ 85,73 o barril.
Uma reunião dos principais ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+), incluindo a Rússia, manteve a política de fornecimento de petróleo inalterada nesta quarta-feira, 03/04, e pressionou alguns países a aumentar o cumprimento dos cortes de produção.
O grupo afirmou que alguns membros iriam compensar o excesso de oferta no primeiro trimestre. O grupo também afirmou que a Rússia passaria a reduzir a produção em vez das exportações.
Os analistas do ING disseram que os preços do petróleo continuaram a subir depois de a reunião não ter recomendado qualquer alteração à política de produção da OPEP+.
Tanto o contrato de Junho do Brent como o contrato de Maio do WTI subiram nos últimos quatro dias e fecharam na quarta-feira, 03 de Abril, no valor mais alto desde o final de Outubro.
“O Brent está a enfrentar alguma resistência ao nível dos 90 dólares/bbl, não conseguindo ultrapassar esse valor até agora”, referem os analistas do ING.
Também na quarta-feira, 03/04, o Presidente da Federal Reserve, banco central dos EUA, Jerome Powell, mostrou-se cauteloso quanto a futuros cortes nas taxas de juro, devido aos dados recentes que mostram um crescimento do emprego e da inflação superior ao esperado.
Os comentários foram positivos para o petróleo porque indicaram um sólido crescimento económico dos EUA, disse Rob Haworth, estratega sénior de investimentos do grupo de gestão de activos do US Bank.
Os recentes ganhos do petróleo acompanharam os ataques ucranianos às refinarias russas, que cortaram o fornecimento de combustível, e as preocupações de que a guerra entre Israel e Hamas em Gaza possa se espalhar para incluir o Irão, possivelmente interrompendo o abastecimento na região chave do Médio Oriente.
O Irão prometeu vingança contra Israel por um ataque na segunda-feira, 02 Abril, que matou militares iranianos de alta patente. O Irão é o terceiro maior produtor da OPEP.
“Embora esta decisão (da OPEP+) fosse largamente esperada, dá alguma garantia de que o recente aumento da tensão no Médio Oriente não alterou a visão do grupo sobre o mercado”, afirmaram os analistas do ANZ.
Fonte: O Económico