Nos próximos anos haverá uma expansão significativa de projectos de GNL nos mercados emergentes, afirma CEO da TotalEnergies, Patrick P Pouyanné

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A conferência Gastech 2024, realizada em Houston, Texas, destacou o gás natural como um componente indispensável na transição energética para um futuro de menor emissão de carbono. Reunindo líderes globais do setor energético, como Shell, ExxonMobil, TotalEnergies, Chevron e QatarEnergy, o evento reafirmou a importância deste recurso para manter a segurança energética enquanto o mundo migra para fontes mais limpas.

Segurança energética e GNL no centro do debate

Durante o evento, os executivos presentes enfatizaram que, embora as energias renováveis sejam fundamentais para o futuro, o gás natural ainda desempenha um papel crucial como combustível de transição. Ben van Beurden, CEO da Shell, afirmou que “o gás natural será o principal combustível da próxima década, enquanto as infraestruturas e tecnologias para energias renováveis, como eólica e solar, se expandem”. Ele ressaltou a necessidade de uma transição ordenada e equilibrada para evitar crises energéticas globais, como as vividas recentemente.

O Gás Natural Liquefeito (GNL) foi um dos temas mais discutidos na conferência. Patrick Pouyanné, CEO da TotalEnergies, reforçou que o GNL continua sendo uma solução viável para atender à crescente demanda por energia de regiões como a Ásia e a África, onde o acesso à electricidade ainda é limitado. “Nos próximos anos, veremos uma expansão significativa de projectos de GNL, particularmente em mercados emergentes”, disse Pouyanné. Ele também destacou o papel do GNL no cumprimento dos compromissos globais de descarbonização, afirmando que “é possível garantir emissões mínimas com as novas tecnologias de captura e armazenamento de carbono”.

Tecnologias de captura de carbono e transição limpa

Outro ponto alto do Gastech 2024 foi a ênfase nas tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCUS), como uma das principais ferramentas para mitigar os impactos das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Darren Woods, CEO da ExxonMobil, destacou que sua empresa está a investir pesado em projectos de captura de carbono, uma vez que estas tecnologias são vistas como a chave para atingir metas climáticas ambiciosas, sem comprometer o fornecimento global de energia. “Se conseguirmos integrar eficazmente essas tecnologias com a produção de gás natural, poderemos continuar atendendo à demanda global sem deixar de ser ambientalmente responsáveis”, acrescentou Woods.

A diversificação da Matriz Energética

O centro do debate no Gastech 2024 também foi marcado pela discussão sobre diversificação da matriz energética global. Amin Nasser, CEO da Saudi Aramco, salientou que, embora o mundo precise acelerar o uso de energias renováveis, os combustíveis fósseis — incluindo o gás natural — ainda têm um papel significativo. “Precisamos de uma abordagem pragmática para a transição. O gás natural é abundante, acessível e tem uma pegada de carbono menor que o carvão. Não podemos simplesmente substituí-lo de imediato”, disse Nasser, reforçando a necessidade de políticas energéticas globais equilibradas.

Perspectivas futuras e inovações tecnológicas

Além dos debates sobre segurança energética e descarbonização, o Gastech 2024 foi palco de diversas inovações tecnológicas que podem transformar o futuro da indústria de gás natural. As discussões sobre hidrogénio verde ganharam destaque, com vários executivos sugerindo que o gás natural pode ser uma ponte essencial para o desenvolvimento de infraestruturas para hidrogénio. Lorenzo Simonelli, CEO da Baker Hughes, destacou que “o futuro do hidrogénio está ligado ao gás natural”, e que a infraestrutura existente de gás poderia facilitar essa transição.

Um compromisso Global

O Gastech 2024 consolidou o gás natural como um componente vital na matriz energética, reafirmando seu papel fundamental na transição para um futuro de baixa emissão de carbono. Embora a necessidade de expandir fontes renováveis tenha sido amplamente reconhecida, os líderes do sector concordaram que o gás natural oferece uma solução intermediária, que garante tanto a segurança energética quanto a continuidade do processo de descarbonização. Como sintetizou Nasser da Saudi Aramco, “não se trata de escolher entre renováveis ou gás natural; trata-se de como podemos integrá-los para criar um futuro mais sustentável e estável para todos”.

Com as crescentes demandas energéticas globais, especialmente em mercados emergentes, e a necessidade de soluções para as metas climáticas, as discussões do Gastech 2024 oferecem uma visão clara: o gás natural, quando aliado à inovação tecnológica, pode ser a chave para garantir que a transição energética aconteça de forma segura e sustentável.

Fonte: O Económico

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