O Ungulani é o Ualalapi ! O Chico chegou como Chico e partiu como Ungulani. Estar juntos em Lichinga permitiu - nos viver “ Entre as Memórias Silenciadas ” e recordar sonhos, amores, patriotismo e, principalmente, voltar a perceber que “ o Sonho comanda a vida ”, como escreveu um poeta de quem os dois gostamos. O Ungulani já mereceu diferentes homenagens, desde o reconhecimento da comunidade dos países de língua portuguesa, até o prémio nacional de literatura e ao prestigiado prémio José Craveirinha. Ele faz parte dos 100 melhores autores do Continente Africano do Século XX, Ualalapi o consagrou. Niassa ajudou Ungulani a ser homem, pensador, crítico, e acima de tudo humanista. Mas o Ungulani escreveu também outros livros com títulos bonitos, como Orgia dos Loucos, Os Sobreviventes da Noite, Choriro e mais. O escritor Ungulani tem servido de referência para vários intelectuais, estudantes, professores, operários, camponeses. Ao percorrer estas cartas, ocorrem - me esses outros nomes da arte da palavra como Luís Bernardo Honwana, Eduardo White, Paulina Chiziane, Marcelo Panguana, Adelino Timóteo, Lília Momplé e vejo como o Ungulani influencia e se deixa influenciar. O Ungulani tem a liberdade de dizer o que quer, quando quer, como quer. Porque decidimos que os homens e as obras devem ser celebrados ainda vivos, a Universidade Pedagógica, unindo - se à família dos Escritores Moçambicanos, à família do Ungulani e, sobretudo, à Família Moçambicana, comemora a passagem dos sessenta anos de vida deste Homem e, principalmente, deste grande talento que se revelou na Bacia do rio Rovuma e do Lago Niassa e se catapultou até aos estuários do rio Maputo, inspirando aqueles que aspiram tornar - se escritores e desenhadores de palavras. Tudo isto porque o Ungulani é, para nós, o Ualalpi da Literatura Moçambicana.