Revista Tempo

Eni confiante com a Coral Norte

A Eni está pronta para lançar uma segunda plataforma de extracção de gás natural, a Coral Norte, após o êxito do projecto Coral Sul FLNG na Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, Moçambique. A Directora-Geral da Eni Rovuma Basin, Marica Calabrese, reafirmou a prontidão da empresa ao destacar, em entrevista recente, a confiança da Eni no potencial energético de Moçambique e a expectativa de repetir o sucesso já alcançado na plataforma Coral Sul. “A Eni tem muita fé neste país e este será o início de mais um sucesso”, afirmou Calabrese, demonstrando o comprometimento da empresa em posicionar Moçambique como um centro de excelência no setor energético global.

Desde a inauguração da Coral Sul, a Eni tem trabalhado de perto com a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique (ENH) para expandir o potencial offshore do país. Ambas assinaram recentemente um contrato para exploração na Bacia de Angoche, um passo estratégico para capitalizar o potencial de Moçambique na nova era de industrialização e transformar o país em um dos principais destinos para investimentos energéticos. Para Calabrese, o desenvolvimento contínuo das infraestruturas e da especialização técnica da Eni reforça o papel de Moçambique na resposta à crescente demanda mundial por energia, especialmente à medida que o mundo se move em direção a uma matriz energética de baixo carbono. A empresa enxerga Moçambique como um actor fundamental na transição energética global, com um compromisso com a sustentabilidade e o crescimento econômico.

O governo moçambicano também compartilha desta visão ambiciosa. Durante a COP28 em Dubai, o Presidente Filipe Nyusi reafirmou que a estratégia de transição energética de Moçambique, avaliada em 80 mil milhões de dólares, pretende aproveitar os vastos recursos renováveis para atrair investimentos sustentáveis, enquanto aumenta o acesso à energia para a população. Actualmente, mais da metade dos moçambicanos ainda não possui acesso à electricidade, e a expansão da capacidade energética do País é uma prioridade nacional. Mocambique tem uma uma estratégia para impulsionar a economia por meio da exploração de reservas de gás natural, complementada pelo desenvolvimento de projectos de energia hídrica, eólica e solar.

O plano de transição energética do País baseia-se  em quatro pilares centrais: expansão da energia limpa, promoção de uma industrialização verde, universalização do acesso à energia até 2030 e incentivo à mobilidade verde. Através desta estrutura, Moçambique busca reduzir sua dependência de combustíveis fósseis, ao mesmo tempo em que promove uma economia de baixo carbono. Essa estratégia tem o potencial de consolidar Moçambique como um exemplo de desenvolvimento sustentável na região e como um líder em práticas energéticas inovadoras.

Em Agosto, a Eni e seus parceiros na Área 4 – incluindo CNPC, GALP, KOGAS e ENH – comemoraram um marco significativo com a produção de cinco milhões de toneladas de Gás Natural Liquefeito (GNL) pela Coral Sul FLNG. Essa conquista não apenas evidencia o compromisso das equipes envolvidas no desenvolvimento do setor energético moçambicano, mas também reforça a capacidade de Moçambique em atender à demanda global de energia. De acordo com Calabrese, a empresa continua focada em aproveitar ao máximo os recursos do país, com uma infraestrutura robusta e parcerias fortes que sustentam o sucesso dos projetos.

Em entrevistas a publicações especializadas, como “The Energy Year”, Marica Calabrese discutiu marcos alcançados pelo Coral Sul FLNG e as expectativas da Eni para o desenvolvimento contínuo do sector de gás em Moçambique. Esses insights alinham-se à visão estratégica de longo prazo da empresa para o País, que vê Moçambique como um dos principais produtores globais de GNL nos próximos anos. A Eni acredita que o Moçambique possui recursos e uma localização geográfica estratégica para atrair grandes investimentos e desempenhar um papel central no fornecimento de energia para diversas economias emergentes. Durante o fórum Invest in African Energy 2024, a ser realizado em Paris, Calabrese e outros líderes do setor discutirão como maximizar os investimentos em gás natural para atender à crescente demanda global, posicionando Moçambique como um destino ideal para investimentos energéticos.

A expansão da plataforma Coral Norte representa, portanto, não apenas uma continuação do sucesso da Eni, mas também o fortalecimento de Moçambique como um ponto de referência na transição energética mundial. A confiança e os investimentos contínuos da Eni, juntamente com o compromisso do governo moçambicano com o desenvolvimento sustentável, mostram que o País está bem posicionado para se tornar um protagonista no sector energético global, promovendo o desenvolvimento económico e melhorando a qualidade de vida de sua população.

Fonte: O Económico

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