Revista Tempo

Construção da estrada circular de Mocuba e nova ponte sobre o Rio Licungo na Zambézia inicia em breve com apoio de US$ 200 milhões do MCA

O projecto de construção da Estrada Circular de Mocuba e de uma nova ponte sobre o rio Licungo, na província da Zambézia, está prestes a iniciar, com previsão para arrancar em Setembro do próximo ano. Com um investimento de 200 milhões de dólares, financiados pelo Millennium Challenge Account (MCA), esta infraestrutura é parte de um pacote de apoio dos Estados Unidos ao desenvolvimento económico e à conectividade rural em Moçambique.

A Directora Executiva do Millennium Challenge Account Moçambique, Augusta Maita, anunciou a novidade em Quelimane, após uma reunião com parceiros envolvidos na implementação do projecto. Ela destacou que já estão em andamento consultas públicas e estudos técnicos para a viabilização do empreendimento, que terá uma duração estimada de cinco anos.

Estrutura e importância do projecto

A nova ponte sobre o rio Licungo terá 1,9 quilómetro de extensão, enquanto a estrada circular que contornará a cidade de Mocuba terá aproximadamente 19 quilómetros. Estes investimentos em infraestrutura prometem transformar a mobilidade e a logística na região da Zambézia, uma província com grande potencial agrícola e um dos polos económicos de Moçambique.

A estrada circular e a ponte alternativa irão melhorar significativamente a conectividade e a acessibilidade na região, facilitando o escoamento de produtos agrícolas e o transporte de mercadorias. Além disso, o projecto promete impulsionar o desenvolvimento local, criando oportunidades de emprego e melhorando as condições de transporte para milhares de pessoas que dependem das vias rodoviárias para actividades comerciais e diárias.

A construção da Estrada Circular de Mocuba e da ponte sobre o rio Licungo é fundamental não só para a Zambézia, mas também para o crescimento sustentável de Moçambique como um todo. Infraestruturas de transporte são consideradas uma das principais debilidades económicas do País, limitando sua competitividade e dificultando o crescimento sustentável. A precariedade nas redes de transporte restringe o escoamento de produtos e encarece os custos de logística, tornando Moçambique menos atrativo para investimentos e dificultando o desenvolvimento económico, especialmente em áreas rurais e agrícolas.

Com este projecto, o Governo moçambicano e os parceiros internacionais buscam suprir essa lacuna, proporcionando uma infraestrutura robusta que melhorará o acesso aos mercados e incentivará o desenvolvimento regional. A nova estrada circular e a ponte irão facilitar o transporte de mercadorias, dinamizar o comércio e integrar as áreas agrícolas ao mercado nacional e internacional, aumentando a competitividade e promovendo o crescimento económico na região da Zambézia.

Financiamento do Millennium Challenge Account

O Millennium Challenge Account dos Estados Unidos está a destinar um total de 500 milhões de dólares para Moçambique, em um pacote que inclui não apenas a construção de infraestruturas rodoviárias, mas também projectos de protecção ambiental e desenvolvimento agrário. Estes fundos representam um compromisso de cinco anos e visam impulsionar o crescimento económico sustentável e a resiliência das comunidades rurais.

Cristina Mafumo, Secretária de Estado na Zambézia, enfatizou a importância desse financiamento, afirmando que ele “vai contribuir significativamente para o crescimento económico de Moçambique, especialmente nas zonas rurais, que muitas vezes enfrentam desafios de infraestrutura e conectividade.”

Impacto social e económico

O impacto deste projecto é amplo, pois a nova infraestrutura rodoviária e a ponte terão um papel crucial em fortalecer a economia da Zambézia, facilitando o comércio e melhorando o acesso aos mercados. A Zambézia é uma das principais regiões agrícolas do País, e a melhoria da rede de transporte permitirá que os agricultores escoem os seus produtos de forma mais eficiente, reduzindo custos e melhorando a competitividade no mercado.

Além dos benefícios económicos, o projecto também contribuirá para a segurança das comunidades locais, uma vez que a ponte actual sobre o rio Licungo tem enfrentado desafios de capacidade e segurança, especialmente durante períodos de cheias. A construção de uma nova ponte alternativa proporcionará uma infraestrutura mais segura e resiliente para os residentes e os operadores logísticos da região.

Próximos passos

Com a fase inicial de consultas públicas e estudos técnicos em andamento, o projecto de construção da Estrada Circular de Mocuba e da ponte alternativa sobre o rio Licungo está em fase de preparação para o início das obras. Esta primeira etapa é fundamental para garantir que o projeto atenda às necessidades das comunidades locais e respeite os padrões ambientais e técnicos necessários.

A Directora Executiva do Millennium Challenge Account Moçambique, instituição que gere o Compacto II, projecto de US$ 537 milhões no âmbito do Millennium Challenge Corporation, Augusta Maita, reafirmou o compromisso da instituição em colaborar com as autoridades moçambicanas para garantir que o projeto seja implementado com sucesso. “Este projeto é uma demonstração do compromisso dos Estados Unidos com o desenvolvimento sustentável de Moçambique, e estamos empenhados em assegurar que cada etapa seja executada com responsabilidade e qualidade,” disse Maita.

A construção da Estrada Circular de Mocuba e da nova ponte sobre o rio Licungo representa um marco para o desenvolvimento infraestrutural de Moçambique, com um impacto significativo na vida das comunidades da Zambézia. Este investimento não só fortalecerá a economia local e nacional, mas também contribuirá para a melhoria das condições de vida dos cidadãos, facilitando o acesso a serviços, mercados e oportunidades de crescimento.

Com o apoio do Millennium Challenge Account e o envolvimento das autoridades locais, este projeto se apresenta como uma grande oportunidade para promover o desenvolvimento económico sustentável em Moçambique, garantindo um futuro mais promissor para as comunidades rurais e impulsionando o crescimento no longo prazo.

Fonte: O Económico

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