DEZ pessoas morreram, de um universo de 73 alvejadas na semana passada durante as manifestações violentas registadas um pouco por todo país em protesto contra os resultados das eleições de 9 de Outubro.
Os dados foram partilhados ontem, em Maputo, pela Ordem dos Médicos de Moçambique (OrMM) e Associação Médica de Moçambique (AMM), em conferência de imprensa destinada a exteriorizar a posição da classe face aos actos de violência registados na semana finda.
O Bastonário da Ordem, Gilberto Manhiça, avançou que informações colhidas em todo o país apontam para um crescimento abrupto e elevado dos casos de violência por arma de fogo a darem entrada nas unidades sanitárias, alguns dos quais saldaram-se em óbitos e danos de múltipla natureza, incluindo sequelas irreversíveis.
Tendo em conta o cenário e os deveres de promoção e defesa da saúde pública plasmados na lei e estatutos das duas instituições, Manhiça apelou à Polícia para que cumpra o seu dever de garantir a segurança de pessoas e bens.
Aos manifestantes sensibilizou-os para que não usem meios violentos para exteriorizar a sua insatisfação.
“Que os gestores de saúde reforcem a capacidade de atendimento nos sectores dedicados aos pacientes vítimas de trauma; que o diálogo entre as partes prevaleça; e se encontrem soluções para o diferendo”, referiu.
Por sua vez, o presidente da Associação Médica, Napoleão Viola, sugere que as autoridades reforcem as medidas para responder à demanda e garantir um atendimento de qualidade, com escalas de trabalho adicionais, disponibilidade de insumos hospitalares, incluindo medicamentos e sangue.
Defendeu ainda a criação de um sistema de apoio, estabelecendo pontos focais para orientar o comportamento da população nestas situações, onde se dirigir em caso de ferimento e activar os profissionais das áreas circunvizinhas.
Fonte: Jornal Noticias