A atleta paralímpica moçambicana, Edmilsa Governo, foi suspensa de todas as actividades desportivas promovidas pelo Comité Paralímpico de Moçambique por um período de seis anos, por ter simulado uma lesão para não disputar os Jogos Paralímpicos de Paris deste ano. O seu treinador, Narciso Faquir, foi suspenso por um período de cinco anos, por conivência na decisão de não competir.Foi com base na Lei do Desporto em vigor em Moçambique, e nos Estatutos do Comité Paralímpico de Moçambique, nos artigos que abordam a suspensão temporária da actividade desportiva, que foi tomada a decisão de suspender Edmilsa Governo, por ter faltado com a verdade aquando da sua participação nos Jogos Paralímpicos de Paris.Sérgio Miguel foi o representante do Comité Paralímpico de Moçambique que deu a informação em conferência de imprensa. “Suspender a atleta Edmilsa Luciano Governo por um período não inferior a seis anos, impossibilitando-a de participar em qualquer competição dirigida ou organizada dentro do movimento paralímpico”, sentenciou.A mesma sanção foi aplicada a Narcísio Faquir, seu treinador, “por um período de cinco anos, impossibilitando-o de exercer funções de treinador dentro das actividades do Comité Paralímpico de Moçambique”.A decisão foi tomada depois de a atleta especialista nos 100 e 400 metros na classe T13, (limitações visuais) ter desistido da participação em Paris, alegadamente por ter contraído uma lesão na coxa esquerda.Ademais, a atleta terá acusado os dirigentes da delegação de terem a obrigado a realizar uma falsa partida para que fosse desqualificada da prova. Foram acontecimentos que obrigaram o Comité Paralímpico de Moçambique a abrir um inquérito para averiguar as reais causas da desistência da atleta.Entretanto, de acordo com os relatórios feitos pelo departamento médico da delegação e da Comissão de Inquérito do Comité Paralímpico de Moçambique, para além da ressonância magnética feita em Paris, a realidade é outra e a conclusão é clara.De acordo com Sérgio Miguel, a atleta “nunca teve lesão na zona indicada, assim como não foi obrigada, nem aconselhada a fazer falsa partida por parte dos dirigentes da delegação”.Para além disso, ficou também demonstrado, segundo Sérgio Miguel, “que a falta de comparência na câmara de chamada foi premeditada e motivada por um acto de má-fé, sem qualquer influência externa”.De acordo com o Comité Paralímpico de Moçambique, a organização despendeu esforços e finanças para garantir uma boa prestação da Edmilsa Governo, única atleta paralímpica para os jogos de Paris, que entretanto não competiu por alegada lesão.É que, de acordo com o Comité Paralímpico de Moçambique, conseguiu fundos de quase um milhão e meio de meticais para custear despesas da qualificação, preparação e participação nos Jogos de Paris, sentido-se, assim, lesado no seu esforço.Sérgio Miguel, representante do CPM, esclareceu ainda que a sanção e o processo que culminou com os resultados da Comissão de Inquérito foram acompanhados pela Inspecção-Geral do Desporto.
Fonte:O País