Revista Tempo

Cineastas moçambicanos recebem injecção de seis milhões para apoiar o sector audiovisual

O Ministério da Cultura e Turismo de Moçambique (MICULTUR) anunciou a disponibilização de seis milhões de meticais para apoiar a produção e distribuição de obras audiovisuais e cinematográficas, como parte da segunda edição do Concurso de Apoio e Financiamento à Atividade Audiovisual e Cinematográfica (CONFIACC). O montante será direcionado para impulsionar tanto novos talentos quanto cineastas já estabelecidos, com o objetivo de fortalecer o sector audiovisual no país e aumentar a visibilidade internacional das produções moçambicanas.

A verba disponível será alocada a várias categorias, cobrindo diferentes aspectos da produção cinematográfica e audiovisual, entre as quais, quatro curtas-metragens de ficção, dois documentários, quatro vídeos-clipes, dois projectos de distribuição de obras audiovisuais e cinematográficas e, exibição de produções audiovisuais, com foco na reabilitação e adaptação de edifícios destinados a salas de cinema.

Segundo a Ministra Eldelvina Materula, o concurso demonstra o compromisso do Governo em promover a cultura cinematográfica e apoiar a produção nacional num contexto em que as infraestruturas e os mercados para o cinema em Moçambique ainda são limitados. A inclusão de apoio à **distribuição e exibição** é uma inovação importante nesta edição, permitindo que as produções locais alcancem novos públicos, tanto a nível nacional como internacional.

Expansão e impacto do concurso

A primeira edição do CONFIACC, realizada em 2020, já havia proporcionado um impulso significativo ao sector, com cineastas como Licínio Azevedo e Gabriel Mondlane a serem premiados pelo seu trabalho em ficção, enquanto Elísio Bajone e José Nhantumbo foram reconhecidos pelas suas contribuições ao género de documentário. Esta segunda fase promete consolidar os avanços obtidos e abrir mais oportunidades para novos criadores e produtores de conteúdos audiovisuais.

Além do financiamento, a Ministra sublinhou a importância do desenvolvimento de políticas de distribuição e exibição, destacando que o financiamento de novos espaços de cinema será vital para a sustentabilidade do sector. “Não basta produzir filmes; é necessário criar um ecossistema onde as obras possam ser exibidas e comercializadas de forma eficaz,” afirmou Materula.

Com o objetivo de reforçar a cadeia de valor da indústria cinematográfica em Moçambique, o Governo pretende, através de iniciativas como o CONFIACC, criar um ambiente mais favorável para o surgimento de novas produções e para a internacionalização da cultura audiovisual moçambicana. O **Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas (INICC) tem desempenhado um papel central nesta iniciativa, coordenando o concurso e garantindo que os recursos sejam adequadamente distribuídos.

Embora o montante de seis milhões de meticais seja um avanço, a ministra reconhece que o valor ainda está longe de satisfazer todas as necessidades do sector, num contexto em que as indústrias culturais e criativas em Moçambique enfrentam vários desafios, incluindo a falta de infraestruturas adequadas e financiamento consistente.

Fonte: O Económico

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