Em um duelo que será frenético também nas arquibancadas, com duas das torcidas mais numerosas, as urgências de ambas as equipes se encontrarão no Volksparkstadion, de Hamburgo, com um desfecho no horizonte que pode ser trágico para ambas, mas especialmente cruel para a geração dourada croata – com Modric, Brozovic, Kovacic, Perisic ou Kramaric – diante de talvez sua última oportunidade de alcançar algo grandioso, após terem chegado perto nos dois últimos mundiais, nos quais foram finalistas (2018) e semifinalistas (2022), e na Liga das Nações, na qual foram finalistas (2023).
O inesperado desastre que a Croácia sofreu em Berlim contra a equipe de Luis de la Fuente teve consequências no grupo concentrado em Neuruppin. Lá, a Croácia tentou se isolar do barulho externo causado pela goleada contundente, quando se esperava uma estreia totalmente diferente. A derrota era uma possibilidade, mas não da maneira como ocorreu no Estádio Olímpico da capital alemã.
A fraqueza no centro da defesa foi motivo de críticas. Josko Gvardiol, lateral-esquerdo na estreia para marcar Lamine Yamal, talvez retorne ao centro. Na verdade, a imprensa croata pede isso aos gritos. O desempenho de Marcelo Brozovic também não foi bom, e ele poderia pagar pelos maus minutos com uma suplência contra a Albânia.
Mas, sem dúvida, o que mais gerou problemas foram as declarações de Zlatko Dalic sobre seu atacante Bruno Petkovic, a quem ele criticou não apenas por ter cobrado um pênalti, quebrando uma norma interna do vestiário (quem sofre o pênalti não pode cobrá-lo), mas também por não ter marcado antes de sofrer a falta, com Unai Simón já vencido e o gol vazio.
As más notícias não terminaram no domingo após o jogo contra a Espanha, pois nesta terça-feira um de seus meio-campistas, Nikola Vlasic, do Torino, teve que sair por causa de uma lesão. A normativa da UEFA impede a equipe de trazer outro jogador, então a Croácia ficará com 25 jogadores.
Com este ambiente turbulento devido a uma derrota dolorosa que causou estragos, Luka Modric e companhia ainda têm tempo para uma mudança de rumo. Uma simples vitória contra a Albânia os colocaria novamente no caminho para as oitavas de final, o objetivo mínimo desta geração dourada que pode estar diante de sua grande oportunidade de alcançar algo histórico.
Para isso, terão que superar os homens do brasileiro, Sylvinho, e de Pablo Zabaleta, que já avisaram que não estão na Eurocopa por acaso e que representam perigo. Contra a Itália, abriram o placar aos 23 segundos, com o gol mais rápido da história da competição, marcado por Nedim Bajrami, jogador do Sassuolo e o maior perigo dos albaneses.
Em um país paralisado pelo futebol, pela segunda vez na história participando de uma Eurocopa, com a lembrança de 2016, a Albânia está esperançosa e, apesar da primeira derrota, quer continuar sonhando acordada. Sylvinho aperfeiçoou uma equipe até então irrelevante e deu à Albânia motivos para celebrar.
Com o rótulo de “Cinderela” no “Grupo da Morte”, a Albânia demonstrou na fase de classificação, na qual ficou à frente de Polônia e República Tcheca, que pode competir com qualquer um. Embora seja a menos favorita, não se intimidará diante de uma Croácia ferida, que pode ser prejudicada pela pressão de ter que vencer.
Com Bajrami como grande figura, Asllani como organizador, Broja como referência e a possível entrada de Iván Balliu na lateral-direita, Sylvinho formará seu esquema habitual para tentar dar uma alegria à sua torcida albanesa – uma das mais numerosas da competição. Além desta, o treinador conta com o apoio de milhares de brasileiros que estão cheios de orgulho em ver mais um filho de seu solo, brilhar em terras estrangeiras.
Prováveis escalações:
Croácia: Livakovic; Stanisic, Sutalo, Gvardiol, Sosa; Brozovic ou Pasalic, Kovacic, Modric; Majer, Kramaric e Budimir ou Petkovic.
Albânia: Strakosha; Hysaj ou Balliu, Djimsiti, Ajeti, Mitaj; Asllani, Ramadani, Bajrami; Asani ou Hoxha, Broja e Seferi.
Fonte: Besoccer