Revista Tempo

Nyusi destaca conquistas na saúde e educação no último informe

O informe do Presidente da República concentrou-se na saúde e na educação. No primeiro caso, Filipe Nyusi disse que o país registou um crescimento de 21% na rede sanitária, desde 2015. Ao pormenorizar as realizações do seu Governo, Nyusi referiu-se à construção e à requalificação de diversos hospitais em todas as regiões do país, com destaque para Maputo, Gaza, Sofala, Manica, Nampula, e Cabo Delgado, alguns construídos de raiz.Ainda na questão da saúde, o Presidente da República lembrou que, neste quinquénio, foram construídos oito novos laboratórios, bem como ficou garantida a melhoria da logística referente ao armazenamento de medicamentos.  De acordo com Filipe Nyusi, o país alargou a capacidade de armazenamento ao nível de três armazéns centrais e intermédios neste quinquénio. Também por isso, disse, que o país registou ganhos significativos em termos de saúde, com  resultados  importantes.Para sustentar os seus argumentos, Filipe Nyusi lembrou que a Organização Mundial da Saúde reconheceu os esforços do Governo na gestão exemplar da COVID-19 e no controlo da epidemia da conjuntivite hemorrágica, sem registo de óbitos. “Temos países que tiveram problemas sérios no controlo desta epidemia”, afirmou.Relativamente à cólera, Filipe Nyusi disse que o país teve milhares de casos, no entanto, com taxa de mortalidade abaixo de 1%, entre as mais baixas ao nível do continente africano. “A OMS também reconheceu esse feito.”Quanto à malária crítica, segundo Nyusi, o país também registou uma redução considerável, o que representa uma melhoria em 20%. Ao nível dos serviços de partos, disse Nyusi, o país também observou um considerável progresso, tendo, inclusivamente, reduzido o índice de mortalidade materno-infantil.Quanto à educação, o Presidente da República começou por dizer que, em cada 100 crianças, 99 iniciam os estudos primários com idade desejada na primeira classe, o que coloca Moçambique muito bem posicionado nesse aspecto, no continente, e com o número de meninas superior ao dos meninos.De 2015 a 2022, segundo Nyusi, o país reduziu a taxa de analfabetismo, não obstante o aumento acelerado da população. “Quando eram 10 crianças, era fácil ter as crianças a estudar. Agora, são 100. Quando estudam 70, é importante celebrar”.No informe dirigido à nação, Filipe Nyusi disse que sobe de 5% para 7% o número de jovens que participam em programas de educação. E mais: “Duplicamos o número de professores contratados, mas continuamos a dizer que é pouco, em 10 anos”.O número de alunos também aumentou, disse. Por isso mesmo, o rácio aluno vs. professor pode não ser o mais desejado. No entanto, quase 100% dos professores têm formação psico-pedagógica específica, comparando com 95% em 2019. E destacou que, a partir de 2020, a matrícula de primeira à nona classe não é paga.Em relação às outras áreas, Nyusi destacou conquistas nas infra-estruturas, garantido estar a cumprir com o que se comprometeu no início do seu mandato, há  10 anos. “Dissemos que vamos fazer e fizemos… Sabíamos que tínhamos de consolidar a posição estratégica do país na região.”Como obras no sector das infra-estruturas, Nyusi apontou realizações no Porto de Nacala, que aumentou a capacidade de manuseamento de carga; e no Porto de Maputo, que foi reabilitado e, por consequência, aumentou a capacidade de manuseamento de carga. Por conseguinte, o Presidente da República mencionou a duplicação da linha de Ressano Garcia, na Província de Maputo, que vai contribuir para a acessibilidade do trânsito; e também falou da reabilitação da linha férrea de Machipanda, importante para ligar o Porto da Beira ao Zimbabwe.Nyusi também se referiu à área de saneamento. “Em 2018, lançámos o Programa de Água para Vida, que contribui para ligações de água”. Em Nampula, há estudos para captação de águas subterrâneas, para suprir o problema naquela província.O resultado global, no que se refere aos investimentos, ingloba um abastecimento que passou de 52%, em 2015, para 63,6%, actualmente.Na área da energia, Nyusi destacou que o Governo garantiu a eficiência de electricidade que posiciona Moçambique como grande fornecedor na região da SADC. E mais ainda, o seu Governo prosseguiu com a electrificação de todas as sedes de postos administrativos, com taxa de cobertura de 55%, em 2024, acima da metade da população. “Iniciaram obras para a electrificação de mais 11 postos administrativos em Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Manica e Zambézia. Aumentámos a capacidade de geração de energia com fontes mais diversificadas. Avançamos para aumentar, ainda este ano. Destas realizações, facilmente nos esquecemos, quando já temos água e energia”.Ainda sobre as realizações, Nyusi disse que o país teve um crescimento de 7% em estradas, o que trouxe uma maior mobilidade.Inclusivamente, muitos projectos estão para arrancar ou estão a ser implementados, como nos corredores de Limpopo, Beira, Nacala e Montepuez.Sobre a Estrada Nacional Número 1, o Presidente da República disse que o Governo avança com trabalhos urgentes, que incluem a construção de pontes em todas as regiões do país. E destacou: “Pela primeira vez, construímos uma ponte sobre o Rio Save, que baptizamos 6 de Agosto, em celebração dos Acordos de Paz assinados em Maputo”.Em relação à exploração de hidrocarbonetos/minerais, Nyusi disse que Moçambique se encontra num capítulo de transformação com visão estratégica de longo prazo. “É uma realidade”, reforçou.Depois de Panda e Temane, Nyusi reforçou que o país já consegue exportar pequenas quantidades da Bacia do Rovuma, com carregamentos que posicionam Moçambique como actor importante no mercado global de energia. “O que estamos a acautelar é que alguma coisa deve ficar e ficar para os moçambicanos”.Nyusi acredita que Moçambique vai fortalecer a balança comercial através da visão de utilizar os recursos como motor para desenvolvimento, com planeamento estratégico para garantir a capacidade de mitigação de riscos. “Investimos em acções que reforcem a nossa soberania, para não termos de importar tudo”.

Fonte:O País

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