Revista Tempo

Novo caso de racismo no futebol espanhol: Federação de Ceuta denuncia

Imagem do momento em que apedrejam o ônibus do Ceuta. Captura/antoineee000

A entidade federativa de Ceuta lamentou, em comunicado, os acontecimentos ocorridos na partida de volta do ‘play-off’ de acesso à Segunda Divisão, disputada no domingo no campo do Nàstic de Tarragona, incluindo o apedrejamento e, como consequência, a quebra de uma janela do ônibus da AD Ceuta nas proximidades do estádio por parte de um grupo de torcedores locais.

Além disso, relatou à RFEF, na tarde desta segunda-feira, o apedrejamento e as ameaças ocorridas na chegada da torcida do AD Ceuta FC, nos acessos ao estádio do Nàstic, além dos “insultos racistas” dirigidos a jogadores e torcedores de Ceuta “durante toda a partida”, com expressões como “macacos, mouros (uma maneira depreciativa de referir-se aos cidadãos de Marrocos, país vizinho à Espanha, com alto índice de imigração em território espanhol) e outras de maior teor racista”.

A Federação de Ceuta também denunciou que durante todo o primeiro tempo um grupo de seguidores de extrema-direita, do Nàstic, se dedicou a agredir, insultar e provocar a comissão técnica da AD Ceuta e os jogadores no banco de reservas visitante, até o ponto em que o árbitro parou a partida e ordenou à segurança que removesse esses torcedores daquela área.

Uma vez removidos do local, acrescentou em sua nota a Federação de Futebol de Ceuta, os incidentes no banco da equipe visitante cessaram.

Também foram denunciados os comentários feitos por funcionários da entidade pública TV3, que, “de forma taxativa”, chamaram os torcedores e o restante da delegação do Ceuta de “macacos de Gibraltar”, o que constitui um “ato racista, xenófobo e próximo de um presumível delito de ódio, ainda mais vindo de uma instituição pública”. Gibraltar é um território africano, que faz fronteira marítma com a Espanha. É local de disputa colonial entre Inglaterra e Espanha. Até o presente momento, tem o reconhecimento da ONU como território britânico.  

A RFFCE, cuja junta gestora é presidida por Antonio García Gaona, anexou ao relatório enviado à RFEF documentação gráfica e audiovisual, e assegurou que irá “até a última instância para que todas as responsabilidades sejam apuradas e esses lamentáveis acontecimentos não se repitam”.

Os incidentes ocorreram devido ao jogo de volta da primeira eliminatória de acesso à Segunda Divisão, disputado neste domingo no Nou Estadi de Tarragona, que terminou com a vitória dos catalães por 2 a 1 e sua classificação para a fase final, após o empate em dois na semana passada em Ceuta.

Fonte: Besoccer

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