Filipe Coelho conquistou ‘dobradinha’ nos sub23; ‘canarinhos’ somam três títulos na Liga Revelação e outros três na Taça Revelação e o treinador abordou a fórmula para o sucesso junto de A BOLA
Não poderia ter corrido melhor a época de estreia de Filipe Coelho ao comando dos sub-23 do Estoril: depois de longa passagem pelo Benfica e ter defrontado os canarinhos na edição 22/23 da Liga Revelação, o técnico venceu a competição pelo emblema da Linha de Cascais e…a dobradinha, ao juntar-lhe a Taça Revelação, e partilhou méritos em conversa com A BOLA. Até pelos títulos que já conquistou – três edições da Liga Revelação e outras tantas da Taça Revelação – o Estoril é uma potência neste contexto. Ainda assim, o técnico equacionava uma época positiva mesmo que não tivesse conquistado títulos, em função da promoção de jogadores como Wagner Pina, Michel e Fabrício para a equipa principal.
«Sim, é a estratégia do Estoril e também a sua missão, que esta ponte não seja fácil de ultrapassar, mas que seja um objetivo tangível para que todos os atletas percebam que do outro lado da margem está uma equipa A e esse sonho pode ser alimentado com trabalho e óbvio que ganhar títulos pelo Estoril é importante também pela imagem do projeto, para podermos aliciar os talentos que possam encaixar no perfil da nossa forma de estar», assumiu o treinador, que considera que o incentivo dado a esta estrutura está logo muito próximo daquele que é concedido à equipa principal.
«Esta época, a grande prioridade era a manutenção do Estoril na Liga, mas obviamente que para o marketing do projeto, aquilo que podemos vender melhor, toda a gente sabe que o que fazemos aqui, fazemos bem. Se não tivéssemos ganho, o que teríamos ganho? A promoção dos jogadores de que temos falado, mas obviamente que ganhar promove muito mais a imagem do clube e é mais apetecível a atletas poderem integrar o nosso projeto, sendo um projeto vencedor. Não é só o scouting a trabalhar bem, é também sermos capazes de seduzir e saber que quem entra, entra para um projeto de qualidade de processo, mas também vencedor», identificou Filipe Coelho, que recorda a proximidade entre as estruturas.
«É óbvio que a visibilidade do projeto encerra-se naqueles jogadores que já estão na montra da equipa A, mas vários outros já morderam e experienciaram um pouco do que são os cenários de uma equipa A», lembrou. Tudo isto, segundo o treinador, devido a um processo em que, no Estoril, cada departamento tem as suas tarefas bem definidas. «Sem dúvida. O departamento de scouting – o Pedro Ribeiro, o Hugo Pina e o Bruno Rodrigues – são as pessoas responsáveis para trazer o talento, o João Oliveira é o team manager e faz a ponte, vai dando uma ajuda fundamental para que o trabalho seja feito. Todas as pessoas sabem o papel importante que aqui têm, apesar da maior visibilidade do líder do processo, que é o meu caso, dos jogadores, mas nunca ninguém pode esquecer-se de que, apesar de estar nesta cadeira a falar consigo, há uma equipa de enorme qualidade por trás», realçou, com sentido coletivo.
Filipe Coelho não mostra dúvidas: pelo trabalho que tem desenvolvido nos últimos anos, o Estoril é já uma referência na identificação e valorização de talento. «Claramente que sim. Quando projetamos jogadores na equipa principal ao mesmo tempo que vamos ganhando, quando conseguimos casar esses dois mundos é claramente uma via aberta para continuarmos a ter jogadores de qualidade, que formam equipas de qualidade, com um processo competente para continuarmos a ter a melhor matéria-prima para trabalhar e felizmente, num cenário de Liga Revelação, temos a possibilidade de trabalhar com muita qualidade ao mesmo tempo que vamos empurrando os nossos jogadores para que consigam chegar ao patamar da primeira Liga», desvendou, realizado com o trabalho que tem vindo a realizar.
No fundo, uma conjugação de vontades e ambição coletiva, que aproximou equipa técnica, estrutura e também os jogadores. «Este casamento foi importante para que as nossas ideias resultassem num título. Conquistámos a Taça Revelação com a mesma fome com que conquistámos a Liga», fez saber o técnico que, tal como a equipa, atravessa uma fase muito positiva.
Fonte: A Bola