Confissões religiosas devem pautar por actuação construtiva da sociedade, abstendo-se de actos que atentam contra a ética e moral, conforme o repto lançado ontem em Maputo pela ministra da Justiça Assuntos Constitucionais e Religiosos, Helena Kida.
Ao abrir a VII Conferência Nacional Religiosa, que visava reflectir sobre a paz e promoção do diálogo inter-religioso, a governante defendeu serem necessárias regras claras sobre a actuação e papel destas organizações, informação que deve constar do processo de regularização, incluindo a filosofia e forma de trabalhar com os crentes.
Recordou que estas questões constam da proposta de Lei de Liberdade Religiosa, sendo que o objectivo é evitar algumas actuações de “bradar os céus” em algumas igrejas. “Queremos que as religiões sejam exemplo a seguir; onde vamos buscar a moral e ética que se estão a diluir”, frisou para quem é imperioso estabelecer regras, porque a actuação de algumas igrejas não garante a construção de uma sociedade sã.
Esclareceu que o Executivo está ciente dos desafios que as congregações enfrentam, comprometendo-se, contudo, continuar a facilitar a pregação da palavra de Deus, para aprofundar o diálogo permanente e regular, conforme a lei.
Para Kida, a conferência realiza-se num momento importante na história do país, em que está nascer um ciclo de governação.
Outrossim, pelo facto de o evento realizar-se num ano eleitoral, a governante pediu aos líderes religiosos para participarem na educação cívica, para os cidadãos afluírem às urnas, a 09 de Outubro, para exercerem o direito de eleger ou ser eleito.
Carolina da Silva, directora Nacional da Visão Mundial, organização não-governamental cristã fez um apelo: “Mais do que debater o assunto, é preciso que continuemos a investir na consolidação do papel e contributo da religião na construção de paz. Nada é mais urgente numa altura em que esse património nacional e mundial, a paz, está sob ameaça”, afirmou.
Fonte: Jornal Noticias