Revista Tempo

Gemfields arrecada US$ 10,8 milhões em leilão de esmeraldas, mas enfrenta desafios no mercado global

A Gemfields, accionista maioritária da Montepuez Ruby Mining (MRM), em Moçambique, e da mina de esmeraldas “Kagem”, na Zâmbia, anunciou recentemente o resultado do seu mais recente leilão de esmeraldas, que decorreu entre 27 de Agosto e 13 de Setembro de 2024. A empresa arrecadou US$ 10,8 milhões com a venda de 61% dos lotes de esmeraldas disponibilizados. O preço médio alcançado foi de 4,47 dólares por quilate, o que, segundo a empresa, ficou abaixo das expectativas, devido a factores de concorrência e incertezas no mercado global.

Segundo Adrian Banks, Diretcor Executivo de Produtos e Vendas da Gemfields, a empresa optou por reter alguns lotes de esmeraldas, pois não foi possível atingir o valor de mercado justo. “Esperamos que as condições de mercado melhorem à medida que nos aproximamos do leilão de esmeraldas de alta qualidade, previsto para Novembro”, afirmou Banks. A competição com outro produtor de esmeraldas, que realizou um leilão simultâneo, e a fraca procura de mercados chave como a China, afectaram o desempenho do leilão.

A Gemfields, que detém 75% da MRMe 25% da Mwiriti, reportou um desempenho robusto na exploração de rubis em Moçambique. Em Junho de 2024, a empresa obteve US$ 68,7 milhões em receitas de um leilão de rubis de qualidade mista da mina de Montepuez. Desde o início das operações, em 2012, a exploração de rubis em Montepuez gerou mais de US$1,12 mil milhões em receitas.

Desafios no mercado global de gemas

No entanto, a Gemfields não está imune aos desafios globais. As suas receitas totais no primeiro semestre de 2024 registaram uma queda de 17%, totalizando US$ 121 milhões, reflectindo o impacto da desaceleração na procura, especialmente na China, onde a incerteza económica tem afectado o sector das gemas e diamantes. A empresa continua a apostar na diversificação das suas operações, com a construção de uma segunda planta na mina de Montepuez, que deverá estar concluída até ao final da primeira metade de 2025.

Apesar das dificuldades, a Gemfields continua confiante no valor dos seus activos e na resiliência do mercado de pedras preciosas. Com o próximo leilão de esmeraldas de alta qualidade em novembro e a conclusão de novas infraestruturas em Moçambique, a empresa espera recuperar o seu desempenho e manter a liderança no sector.

 

Fonte: O Económico

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