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Copa do Mundo Feminina e a luta contra o racismo no Congresso da FIFA

Logo da FIFA, em sua sede em Zurique. EFE

A FIFA escolherá, nesta sexta-feira, entre a candidatura do Brasil ou a conjunta de Alemanha-Bélgica e Países Baixos para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027, durante o Congresso que será realizado em Bangkok, onde também se fará um apelo contra o racismo no futebol.

As 211 federações que compõem a FIFA, incluindo a espanhola representada por seu presidente, Pedro Rocha, estão convocadas a votar outros assuntos como o Relatório Anual de 2023, que inclui um investimento recorde no desenvolvimento do futebol de 2,25 bilhões de dólares destinados a todo o ciclo 2023-2026.

O Congresso será realizado um dia após a aprovação do calendário internacional feminino de 2026-2029, com a inclusão do primeiro Mundial de Clubes dentro de dois anos, e da exigência feita pelo sindicato internacional de jogadores profissionais, FIFPRO, e a Associação de Ligas Mundiais para que a FIFA modifique o calendário internacional, reprograme o Mundial de Clubes masculino de 2025 e dialogue sobre os períodos de liberação de jogadores.

Brasil, candidatura favorita

A candidatura do Brasil para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027 parte com vantagem, frente à proposta conjunta apresentada por Alemanha-Bélgica e Países Baixos, após receber uma melhor pontuação no relatório de avaliação técnica da FIFA, publicado no início do mês.

A FIFA valorizou positivamente os estádios da candidatura brasileira “construídos especificamente para sediar competições internacionais de grande porte”, que foram usados na Copa do Mundo da FIFA de 2014.

Assim, com o apoio do Governo e da Confederação Brasileira de Futebol – além do próprio legado do país no esporte – sob o lema “Tão natural como o futebol”, a candidatura se centra em um evento que inspirará mulheres e meninas, tratando de temas como sustentabilidade, inclusão e responsabilidade social. Se for escolhido, o Brasil se tornará o primeiro país sul-americano a organizar o torneio.

A Copa do Mundo masculina de 2030, para a qual a única candidatura é a conjunta de Espanha, Portugal e Marrocos, não está na pauta do Congresso de amanhã e será objeto de análise em outro Congresso antes do fim deste ano, ainda sem data concreta.

Unidade contra o racismo

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, já se manifestou publicamente em várias ocasiões sobre o problema do racismo no esporte, inclusive expressando seu apoio ao jogador brasileiro do Real Madrid, Vinícius Júnior.

Na capital tailandesa, o Congresso abordará o tema, no ponto 12: “posturas globais contra o racismo”, onde se espera que o organismo anuncie medidas concretas para combater esse timo de crime no futebol.

Em abril, Infantino já incentivou governos, autoridades, equipes e jogadores a “agirem juntos” contra o racismo e a violência no futebol.

Compromisso com o futebol feminino

Nos dias que antecedem o Congresso, o presidente da FIFA também mostrou seu “compromisso” com o desenvolvimento do futebol feminino após a realização, em 2023, do histórico Mundial da Austrália e Nova Zelândia, que representou um marco para esse esporte.

“O futebol é popular porque é acessível a todos e queremos conseguir o mesmo em todos os níveis deste esporte, tanto dentro como fora de campo”, afirmou Infantino na quarta-feira, durante um Fórum de Liderança para mulheres em cargos diretivos do futebol.

Na Tailândia, o Conselho da FIFA aprovou a criação do primeiro Mundial de Clubes feminino, previsto para ser realizado entre janeiro e fevereiro de 2026, em um local ainda a ser determinado e com a participação de 16 equipes.

Durante o Conselho também foram ratificadas por “unanimidade” uma série de reformas relacionadas à conciliação familiar e à condição feminina, que concedem direitos às mães não biológicas e reconhecem o impacto da menstruação nas jogadoras.

Também foi aprovada uma redução no número de janelas internacionais, de seis para cinco, do calendário internacional feminino para os anos 2026-2029, o que “facilitará menos interrupções nas ligas nacionais e reduzirá as viagens”.

Fonte: Besoccer

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