O Instituto Nacional de Petróleos de Moçambique (INP) celebrou recentemente o seu 20.º aniversário, marco que assinala duas décadas de crescimento e transformação de uma das mais estratégicas instituições do País. A entidade, responsável pela regulação e supervisão das actividades no sector de petróleo e gás natural, foi criada em 2004 e, desde então, tem desempenhado um papel central na captação de investimentos e no desenvolvimento sustentável das vastas reservas de hidrocarbonetos de Moçambique.
Ao longo de duas décadas, o INP consolidou-se como um pilar na administração dos recursos energéticos, com destaque para o gás natural, um dos principais activos do país. Este artigo traça as conquistas do Instituto e antecipa os próximos desafios numa indústria marcada por profundas transformações e pela crescente pressão para a transição energética.
Principais conquistas
Uma das maiores conquistas do INP nestes 20 anos foi o lançamento de vários concursos para a atribuição de blocos de exploração de hidrocarbonetos, resultando em importantes descobertas que colocaram Moçambique no centro das atenções da indústria global. O País, que em 2004 contava apenas com o projecto de Temane, viu o seu potencial crescer exponencialmente, com projectos de grande escala a serem aprovados e a entrarem em fase de produção.
O desenvolvimento institucional do INP foi igualmente significativo, com o fortalecimento das suas capacidades de regulação e fiscalização. A implementação de softwares específicos para geociências e o contínuo investimento na capacitação técnica dos seus quadros tornaram o Instituto uma entidade robusta e respeitada no sector.
Olhando para o futuro: Alinhar estratégias com as tendências globais de transição energética
Com o sector de hidrocarbonetos em rápida transformação, o INP enfrenta novos desafios. Entre eles, destaca-se a necessidade de alinhar as suas estratégias com as tendências globais de transição energética. O foco do Instituto está agora na implementação de tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS) e na utilização de gás natural para a produção de hidrogénio, numa tentativa de descarbonizar as suas operações e garantir a competitividade do gás moçambicano nos mercados internacionais.
Nas palavras de Bangalane, “há necessidade de inovação para garantir que os nossos recursos energéticos se mantenham relevantes, tanto a nível internacional como para a industrialização do mercado doméstico”. Neste contexto, o INP está a preparar-se para um futuro em que a descarbonização e a sustentabilidade serão factores determinantes para a viabilidade do sector.
Os primeiros 20 anos do INP foram marcados por uma gestão eficaz dos recursos petrolíferos de Moçambique, resultando em importantes descobertas e no fortalecimento do sector de hidrocarbonetos. No entanto, os próximos anos trazem novos desafios, nomeadamente no campo da transição energética e da adopção de tecnologias limpas. Para o Nazário Bangalane, com uma estratégia focada na inovação e na sustentabilidade, o INP está bem posicionado para continuar a desempenhar um papel vital no desenvolvimento económico do País e no fortalecimento da sua posição no mercado energético global.
Fonte: O Económico