Revista Tempo

Dólar em queda e ouro em alto recorde Expectativas de corte de taxas pelo Fed impulsionam mercado financeiro

Na sexta-feira, 17/09, o mercado financeiro global foi marcado por uma queda significativa do dólar em relação ao iene japonês, enquanto o ouro atingiu um valor recorde, refletindo as crescentes apostas dos investidores num corte mais agressivo das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos. Este movimento foi desencadeado após relatos nos principais meios de comunicação internacionais, como o Financial Times e o Wall Street Journal, indicarem que as autoridades norte-americanas enfrentam uma decisão difícil sobre a política monetária.

O debate sobre o corte das taxas de juros do Fed, que inicialmente girava em torno de uma redução de 25 pontos-base, sofreu uma reviravolta com o aumento das expectativas de um corte de 50 pontos-base. De acordo com dados da London Stock Exchange Group (LSEG), as probabilidades de uma redução mais agressiva aumentaram para 41%, ante os 28% de antes dos relatórios mencionados. Este ajuste nas expectativas dos mercados reforçou a pressão sobre o dólar, empurrando-o para uma queda de 0,41% em relação ao iene, com a moeda norte-americana a ser negociada a 141,225 ienes, próxima da mínima de 2024.

Esta volatilidade no mercado cambial também foi exacerbada por declarações de membros do Banco do Japão, com Naoki Tamura, membro do conselho de políticas, alertando sobre os riscos de uma inflação mais elevada, o que fortaleceu a posição do iene nos últimos dias.

Além do impacto no dólar, o ouro destacou-se como o grande vencedor da semana, alcançando uma nova alta recorde de 2.567,93 dólares por onça. A fraqueza do dólar e as incertezas em torno das decisões do Fed têm impulsionado a procura por este ativo de refúgio, que serve tradicionalmente como proteção contra a volatilidade do mercado e as flutuações nas políticas monetárias.

O cenário europeu também apresentou desenvolvimentos importantes, com o euro a subir ligeiramente em relação ao dólar, continuando o impulso de 0,57% registado no dia anterior. A Presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reforçou a cautela ao rejeitar as expectativas de cortes nas taxas de juro no curto prazo, mantendo o foco no controle da inflação na Zona Euro.

No setor de energia, o mercado de petróleo também registou aumentos substanciais nos preços, com o West Texas Intermediate (WTI) dos EUA a subir 0,54%, atingindo os 69,34 dólares por barril. O Brent, a referência global para o preço do petróleo, subiu 0,47%, chegando aos 72,31 dólares por barril. O aumento das cotações foi impulsionado pelas avaliações do impacto do furacão Francine, que devastou o Golfo do México, uma região-chave para a produção petrolífera.

Os próximos dias serão decisivos, à medida que o mercado global aguarda a reunião do Fed, prevista para o dia 18 de setembro. A especulação sobre o tamanho do corte nas taxas de juros manterá a volatilidade elevada, especialmente no mercado cambial e de commodities. Uma redução de 50 pontos-base poderá fornecer alívio adicional aos investidores que estão preocupados com a desaceleração económica global, mas também pode aumentar as pressões inflacionistas, exigindo um equilíbrio delicado por parte dos responsáveis pela política monetária nos Estados Unidos.

O aumento nos preços do ouro e do petróleo também reflete o crescente nervosismo do mercado em relação às condições económicas e políticas globais, com o ambiente a ser moldado pela incerteza sobre a direção futura da economia dos EUA, os efeitos das alterações climáticas nas infraestruturas e a necessidade de equilibrar as políticas monetárias de diferentes bancos centrais.

Fonte: O Económico

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