MOÇAMBIQUE continua a ser usado como corredor de tráfico internacional de drogas, principalmente cocaína, heroína e mentafetamina, situação que impõe o aprimoramento das estratégias de prevenção e combate.
Dados do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) indicam que, nos primeiros seis meses deste ano, foram instaurados, no país, 308 processos, remetidos 164 ao Ministério Público e detidos 475 indivíduos indiciados na prática deste crime.
Foram ainda apreendidos 881,3 quilogramas (kg) de “cannabis sativa”; 55,7 de cocaína; 42,2 de heroína e 436,5 de mentafetamina.
A informação foi partilhada recentemente pelo chefe da Repartição Central do Combate ao Tráfico de Drogas, Eusébio Nhamússua, em conferência de imprensa para o balanço semestral sobre a evolução do consumo e tráfico ilícito de drogas.
No período em alusão, foram incinerados 708,1 quilogramas de “cannabis sativa”; 55,8 de cocaína; 1,13 de heroína; 30 de haxixe e 520 de percursores, para além do desmantelamento de fabriqueta de drogas em Moamba.
Nhamússua acrescentou que as autoridades estão em contacto com o México, país de origem dos proprietários do armazém, para auxiliar na sua identificação.
O porta-voz da Autoridade Tributária de Moçambique, Fernando Tinga, referiu que a maioria da droga apreendida no país provém do Sul da América e dos Estados Unidos, muitas vezes disfarçada em produtos de beleza e alimentares.
Por isso, defende a intensificação da fiscalização dos locais de entrada, maior articulação entre instituições que lidam com a matéria e melhorias na testagem de mercadorias suspeitas.
Avançou que recentemente técnicos foram capacitados em sistemas de tráfico de drogas, na África do Sul, para muni-los de ferramentas para melhor articulação internacional.
Por sua vez, o chefe do Departamento de Educação Pública e Divulgação no Gabinete Central de Prevenção e Combate à Droga, Orlando Alberto, apontou que, de Janeiro a Junho, 1543 pessoas desenvolveram transtornos mentais devido ao consumo de estupefacientes, com as províncias de Nampula, Maputo e Niassa a registarem maior número de casos.
A faixa etária dos 15 aos 35 anos é a que mais desenvolve problemas relacionados com o consumo de substâncias psicoactivas.
Informou que 174 pacientes beneficiaram de reabilitação e reinserção social, actividades feitas por instituições privadas.
Fotos: Arquivo
Fonte: Jornal Noticias