Revista Tempo

Ana Mussanhane lança biografia de Amós Mahanjane

Por volta das 16 horas desta quarta-feira, o Auditório do BCI, na Cidade de Maputo, começou a compor-se de gente. Da política à cultura, da economia ao deporto, diversas personalidades quiseram comparecer na sessão de lançamento do livro “Amós Mahanjane: da clandestinidade à diplomacia”, da autoria de Ana Mussanhane. Entre as diversas personalidades presentes, destacaram-se logo os antigos presidentes da República, Joaquim Chissano e Armando Guebuza, que, logo na primeira fila, ouviram os principais intervenientes da cerimónia e acompanharam os momentos culturais protagonizados pela actriz Lucrécia Paco ou pelo poeta Luís Cezerilo.Essencialmente, “Amós Mahanjane: da clandestinidade à diplomacia” é um testemunho da vida, da participação de um antigo combatente e diplomata na construção de Moçambique. Partindo das memórias de Mahanjane, Ana Mussanhane escreveu um suporte histórico que, segundo a vontade do biografado, poderá inspirar as novas gerações de moçambicanos na redefinição de caminhos auspiciosos para a nação. Assim, disse Amós Mahanjane, Moçambique poderá alcançar a independência económica, “passo fundamental para a consolidação da nossa soberania”.Na sua intervenção, Amós Mahanjane referiu-se aos desafios que o país tem e às soluções que os quatro presidentes da República promoveram no país. Mahanjane falou da sua juventude, dos momentos delicados na clandestinidade e ainda celebrou a ocasião com canto coral, na companhia do grupo da sua igreja, a Presbiteriana.No Auditório do BCI, Joel das Neves Tembe foi a pessoa confiada para apresentar “Amós Mahanjane: da clandestinidade à diplomacia”. Para o historiador, o livro mostra que a luta de libertação foi feita em várias frentes, incluindo a de camponeses e a de diplomatas: “Este livro coloca os moçambicanos como sujeitos principais da conquista da liberdade e da moçambicanidade”. E acrescentou que, através do percurso histórico de Amós Mahanjane, Ana Mussanhane faz cruzamento e diálogo entre a memória individual e colectiva no resgate da identidade nacional, o que ajuda a quebrar muitos silêncios relacionados à inacessibilidade de fontes. Também por isso, disse, o livro é importante para os estudantes.“Amós Mahanjane: da clandestinidade à diplomacia” é um livro prefaciado pelo antigo Presidente da República, Armando Guebuza, para quem o livro é uma ferramenta importante na preservação da História de Moçambique, até porque inclui uma lista das vítimas do processo da clandestinidade. Trata-se de uma fonte primária no registo da História de Moçambique e da África Austral, revelando a complexidade da região, as ligações e os compromissos de poderes, mostra o lado solidário dos povos de Moçambique, África do Sul, Zimbabwe e Tanzania.Para autora do livro, Ana Mussanhane, a biografia de Mahanjane realça a importância dos nossos libertadores, até porque o antigo combatente personifica a causa da luta nacional, que enfrentou dificuldades durante o período colonial. De igual modo, Ana Mussanhane contou que, entre as difíceis situações enfrentadas, algumas quase lhe custaram a vida de Mahanjane. Por exemplo, na prisão de Mabalane, na Província de Gaza. Ali, entretanto, Amós Mahanjane criou um sistema educativo clandestino, usando palitos de fósforo para escrever mensagens secretas às encostas dos prisioneiros. Tudo para contornar a vigilância. Portanto, avançou Ana Mussanhane: “A sua história reflecte a capacidade de resiliência no momento de desafios, o que nos inspira a todos, reflecte a importância da solidariedade e constitui um apelo à acção, com liberdade e justiça; inspira a reflexão sobre o nosso papel para a justiça social”.Para a Ministra dos Combatentes, Josefina Mpelo, que interveio na cerimónia em representação do Presidente da República, Filipe Nyusi, o livro é um testemunho vital da nossa história moçambicana e imortaliza a coragem dos jovens patriotas na busca da liberdade. “Cada página realça a determinação e revela os caminhos que moldaram o destino da nossa nação. As páginas mostram a coragem dos jovens que sacrificaram tudo em nome da liberdade”.O livro sobre o condecorado Medalha 25 de Setembro, em 2019, foi editado sob a chancela da editora Wooneya.  

Fonte:O País

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