Revista Tempo

Cadeia de valor mineiro atrai empresas indonésias

Elísio Muchanga, em Bali

O SECTOR privado indonésio quer participar na pesquisa, exploração e transformação local de minerais estratégicos em Moçambique, adicionando-lhes valor antes da sua colocação no mercado internacional.

A informação foi partilhada quarta-feira por Luísa Maocha, directora Nacional de Geologia e Minas, à saída de uma das sessões que marcaram o último dia do II Fórum Indonésia-África, que decorreu em Bali, no qual o país fez-se representar por uma delegação encabeçada pelo ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias.

Mahocha anotou que o maior interesse dos indonésios está em minerais como grafite; areias pesadas, sobretudo o ilmenite, zircão e rútilo; cobre; níquel; lítio, carvão e terras raras, até porque pretendem visitar Moçambique para perceber de perto as dinâmicas e potencialidades deste sector.

Para a materialização deste desiderato está a ser elaborado um rascunho de memorando que deverá servir de base para o desenvolvimento de projectos de cooperação neste sector.

Moçambique também está interessado em cooperar com a Indonésia na pesquisa de minerais, melhoria da cadeia de valor, incluindo a dos que estão actualmente a ser produzidos e exportados.

No entanto, explicou haver necessidade de revisão de alguns regulamentos do sector e criação de uma estratégia para os minerais críticos, além do estabelecimento de um braço empresarial do Estado para conferir maior segurança aos investidores.

Actualmente, referiu, um dos desafios é saber o que o país realmente tem no subsolo, o que passa pela compilação de dados e disponibilizá-los aos potenciais investidores.

“Temos um sistema de informação mineiro com dados geológicos e mapas dos sítios onde o mapeamento foi terminado, mas a informação existente não é suficiente, abarcando apenas um terço do país. Então, estes encontros podem ajudar-nos a encontrar parceiros”, explicou.

 Outro constrangimento é o da disponibilização de dados no sistema de sondagens das rochas para que o investidor não precise de ir ao campo para decidir sobre o investimento. “Poderá ir ao sistema, seleccionar a área, propor as rochas e fazer as análises para ter a informação que lhe permita decidir”.

Fonte: Jornal Noticias

 

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