Revista Tempo

“49 anos da independência não são motivo de glória”, diz Samussudine Muthuque

Os 49 anos da Independência Nacional não são motivo de glória, defende o historiador Samussodine Mutuque, que aponta a saúde e a educação como pontos fracos da governação.Contrariamente ao discurso “patriótico” do Presidente da República no decurso das cerimónias centrais do Dia da Independência Nacional, Mutuque acredita que o país ainda tem muito que fazer para alcançar “a verdade” sobre as ideologias deixadas pelo arquitecto da paz, Eduardo Chivambo Mondlane.Segundo o historiador, o Presidente emitiu um discurso não “realístico”, ignorando preocupações pontuais dos quase 50 anos da Independência Nacional. Na saúde, o historiador fez referência às recentes greves que tomaram o país e disse que a situação “não é satisfatória”.Sobre a governação, mencionou o problema da “manipulação de resultados eleitorais” e o facto de o “Conselho Constitucional ter conhecimento disso”.Ainda sobre governação, também destacou que ainda existem problemas étnico-culturais na questão da partilha do poder político, pois há certos indivíduos que são impedidos de alguns cargos por questões étnicas.Partindo do pressuposto de que “a maioria absoluta não deve ser preocupação dos partidos”, Mutuque defendeu que é mais uma questão que precisa de ser melhorada e até aconselhou a tomar como exemplo as últimas “eleições sul-africanas”, que originaram coligações no Parlamento.“A maioria absoluta não deve preocupar ninguém, pois onde há divergência de ideias existem as melhores ideias.”O historiador entende ser negativa a postura de Ossufo Momade e do Presidente da República, que discutem publicamente o pacote do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).“Ossufo Momade fez a crítica sobre o não cumprimento do Estado deste pacote motivado por seus objectivos, pois existe um fórum apropriado para este assunto.”A apreciação negativa estende-se ao Presidente da República, que respondeu à questão, ao justificar que “quem não foi abrangido é porque ainda não regularizou a devida documentação”.

Fonte:O País

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