O ex-árbitro Xavier Estrada Fernández afirmou que o ex-vice-presidente do Comitê Técnico de Árbitros (CTA), José María Enriquez Negreira, tinha “todo o poder”, pois contava com “toda a informação arbitral”, e que o chamou para ameaçá-lo.
Estrada Fernández, que foi árbitro de 1996 a 2023 e internacional FIFA, fez essa declaração na apresentação de seu livro ‘A verdade do caso Negreira. Minha luta contra a corrupção arbitral’, escrito em colaboração com o jornalista Miguel Ángel Pérez, que moveu uma ação judicial, por acreditar que sua “honra havia sido manchada”.
O ‘Caso Negreira’ foi uma investigação tornada pública em 15 de fevereiro de 2023, sobre possível corrupção esportiva envolvendo José María Enríquez Negreira, ex-árbitro espanhol de futebol e vice-presidente do CTA de 1994 a 2018, e o Fútbol Club Barcelona, dos quais o árbitro teria recebido pagamentos de 7,6 milhões de euros, comprovados pela Agência Tributária e pelo Ministério Público, enquanto exercia suas funções no CTA.
Após um ano desde que esses pagamentos vieram à tona, Estrada Fernández confessou que no CTA era necessário “ver, ouvir e calar” e que também havia “muito interesse em olhar para o outro lado” para que as pessoas “não investigassem o caso”.
Este árbitro, que foi o primeiro a apresentar uma queixa contra Enríquez Negreira e iniciou sua luta contra a Real Federação Espanhola de Futebol e o CTA, disse que se sentiu “sozinho nessa luta” e afirmou que se alguém quiser se juntar à ação judicial, ainda “é tempo”.
“Quando eu apresentei a queixa, ninguém me ligou oferecendo ajuda. Eles fecharam fileiras e não permitiram que houvesse brechas”, acrescentou Estrada Fernández.
Além disso, o juiz catalão confirmou que os árbitros em atividade têm “medo de falar”. “Estou sofrendo por eles. Não sei se surgirão mais casos como este”, concluiu.
Fonte: Besoccer