O BANCO de Moçambique (BdM) recebeu, há cerca de um ano, sete milhões de dólares devolvidos por Manuel Chang, resultantes dos subornos que recebeu da construtora naval Privinvest, no âmbito do escândalo das dívidas ocultas.
A informação foi avançada pelo Governador Rogério Zandamela, em conferência de Imprensa realizada na última quarta-feira nas instalações do Banco de Moçambique, em Maputo.
“Está connosco há muito tempo, penso que desde o ano passado, até que a procuradoria e os tribunais decidam. Nós somos a custódia desse valor”, disse, sem, no entanto, avançar se o Banco Central tem na sua posse algum outro valor proveniente das dívidas não declaradas.
Rogério Zandamela afiançou que o dinheiro estará sob custódia do Banco Central até que a Procuradoria-Geral da República, os Tribunais ou o Estado moçambicano decidam o encaminhamento que deve ser dado ao montante.
No mesmo evento, o governador reagiu em torno da decisão da Justiça Londrina que condena o grupo Privinvest a indemnizar o Estado moçambicano pelos danos causados no processo das dívidas ocultas.
A decisão, na óptica do BdM, restaura a credibilidade do país na arena internacional, particularmente das instituições financeiras internacionais e vai ajudar na negociação cambial, por isso Zandamela afirmou que é momento de celebrar a decisão e esperar pelos mais de 2 mil milhões que devem entrar no país.
“Quando o diferendo é resolvido a nosso favor, claro que melhora a avaliação que o mundo tem sobre o país. Em geral, ultimamente, não tem sido boa. Quando a avaliação desse risco não é boa, quer dizer que a nossa capacidade de financiamento no mercado internacional tem de ser a taxa de juros proibitiva”, explicou”.
Recordou ainda que desde o início do problema das dívidas o país está completamente fechado no mercado internacional, dependendo apenas do Investimento Directo, do financiamento bilateral e de instituições multilaterais.
Fonte: Jornal Noticias