Revista Tempo

Ataques mútuos entre Israel e Houthis tornam a situação precária no Iêmen

Porto de Hodeida é uma tábua de salvação para milhões de pessoas no Iêmen, país que depende muito de importações de itens essenciais como alimentos, remédios e combustível

As Nações Unidas haver ainda trocas de fogo que “tornam a situação precária”, após o bombardeio de Israel ao Iêmen em resposta ao ataque Houthi lançado na sexta-feira contra Tel Aviv.

A subsecretária-geral para os Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, revelou ao Conselho de Segurança que o chefe da ONU “continua profundamente preocupado” com o risco de uma maior escalada na região por tais atos perigosos”.

Rosemary DiCarlo, subsecretária-geral para Assuntos de Política e Consolidação da Paz.
UN Photo/Eskinder Debebe
Rosemary DiCarlo, subsecretária-geral para Assuntos de Política e Consolidação da Paz.

Mais de 200 ataques aéreos contra civis e infraestrutura

Forças de Israel informaram que os atos contra Hodeida foi em resposta ao que chamam “ataques terroristas” de forças Houthis ao seu território nos últimos nove meses. A ONU menciona mais de 200 lançamentos aéreos contra civis e infraestrutura israelenses.

DiCarlo disse, no entanto, não haver números verificados sobre as vítimas desses atos e nem clareza sobre quantas delas seriam civis.

Do lado iemenita, o Ministério da Saúde administrado pelas forças Houthis disse ter havido nove mortes entre as mais de 80 vítimas do fim de semana, bem como danos consideráveis à infraestrutura civil.

A chefe dos Assuntos Políticos pediu um cessar-fogo imediato e sustentável e uma libertação incondicional de reféns”, além de um novo compromisso de todas as partes com “um horizonte político em direção à solução de dois Estados”.

Total respeito pelos direitos humanos

Outra situação que preocupa a ONU é o bem-estar do pessoal das Nações Unidas de nacionalidade iemenita, ONGs nacionais e internacionais, missões diplomáticas e sociedade civil que foi “arbitrariamente detido pelas autoridades de fato Houthi”.

O apelo é que estas autoridades “liberem o grupo de forma imediata” e que as vítimas “sejam tratadas com total respeito aos seus direitos humanos e tenham a possibilidade de contatar suas famílias e representantes legais.”

Após o ataque do fim de semana, todo o pessoal da organização em Hodeida está “seguro e não houve danos às instalações da ONU no local”. O chefe da Missão das Nações Unidas para o Apoia ao Acordo de Hodeida, general Michael Beary, disse haver ainda alguns incêndios como consequência do ato israelense.

O incidente causou pequenos deslocamentos em bairros próximos ao Porto de Hodeida. Não se conhece a extensão dos danos a essas instalações, mas as autoridades locais informaram que elas operam com capacidade limitada.

Ocha/Mahmoud Fadel-YPN
Uma criança busca água potável em um acampamento para deslocados em Dar Saad, no Iêmen

Área urbana densamente povoada

DiCarlo lembrou que o porto de Hodeida é uma tábua de salvação para milhões de pessoas no Iêmen, país que depende muito de importações de itens essenciais como alimentos, remédios e combustível.

Para a chefe dos Assuntos Políticos das Nações Unidas é essencial que o Porto de Hodeida esteja aberto e operacional.

Advertindo sobre a localização do local em área urbana densamente povoada com milhares de residentes, DiCarlo ressaltou que qualquer campanha militar nas proximidades pode ter efeitos arrasadores para os civis.

Fonte: ONU

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