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Oficial: Álvaro Pacheco de saída

Oficial: Álvaro Pacheco de saída

Treinador a caminho do Vasco da Gama do Brasil; presidente leu comunicado apontando falhas a Pacheco

O presidente do V. Guimarães, António Miguel Cardoso, confirmou ao início da tarde a saída imediata de Álvaro Pacheco do comando do clube, pedida por este e «aceite com efeito imediato».

«Sai a custo zero, porque pretende sair a três dias do último jogo da época. O Vitória não pode ficar refém», disse, depois elencar eventos das últimas semanas, desde que Pacheco esteve a 28 de abril numa reunião para ouvir uma proposta do Cuiabá do Brasil, tendo «faltado a um evento do clube».

«Estamos a falar com alguns treinadores», reconheceu António Miguel Cardoso, sem confirmar se Rui Borges é um dos nomes. «Obviamente não fico satisfeito, lamento, preferia que tivesse acabado a época», disse ainda.

O presidente do V. Guimarães ainda mencionou que é natural que as coisas nem sempre corram conforme o planeado, pois tinha apenas exigido sigilo ao treinador para esse encontro com o emblema brasileiro e, como isso não aconteceu, falou um pedido de desculpas.

«Não fico satisfeito, sem grandes interpretações a fazer. Todos percebem o que se passou. Lamento, pois deveria ter terminado a época. Entendemos que o Álvaro possa ter preocupação em relação à próxima temporada. Quando as coisas não correm como planeado há que pedir desculpa ao emblema. É surreal acreditar que faltasse a um evento do clube e estivesse num restaurante, num encontro público. Tinha de pedir desculpas. Pedir a demissão a três dias do fim não fará muito sentido, mas as ações ficam com cada um.»

António Miguel Cardoso iniciou a sua intervenção com a leitura de um comunicado com 13 pontos, no qual fez a cronologia dos eventos. Pode ler na íntegra:

Os factos são os seguintes:

1 – No dia 28 de abril o Presidente do Vitória Sport Clube – Futebol, SAD foi contactado por um representante do treinador Álvaro Pacheco, o qual lhe comunicou que o treinador pretendia reunir-se pessoal e presencialmente com representantes de um clube brasileiro e se o presidente via algum inconveniente na realização dessa reunião;

2 – O Presidente do Vitória Sport Clube respondeu que não se oporia à realização dessa reunião, mas sob condição de que acontecesse de forma discreta e totalmente sigilosa, condição que deixou ficar bem clara.

3 – Imediatamente, após essa conversa, o Presidente do Vitória Sport Clube recebeu uma chamada do treinador Álvaro Pacheco a agradecer o facto de não se ter oposto à realização da dita reunião, tendo aquele, uma vez mais, e agora diretamente perante o treinador, deixado claro que a realização da reunião deveria ser discreta e sigilosa.

4 – Nas conversas mantidas quer com o treinador Álvaro Pacheco, quer com o seu representante, estes nunca informaram o Presidente do Vitória Sport Clube do dia, hora e local onde pretendiam reunir-se com o clube brasileiro.

5 – Entretanto, a estrutura do Vitória que trabalha com a equipa principal de futebol tinha previamente agendado para o dia 29 de abril um evento com a participação de jogadores, treinadores, elementos do departamento médico e restantes membros do staff, com o objetivo de fortalecer o grupo de trabalho e os seus laços emocionais, e a todos motivar positivamente para que nos três últimos jogos do campeonato fossem cumpridos os objetivos então ao alcance do Vitória;

6 – Surpreendentemente, o treinador Álvaro Pacheco faltou a esse evento para se reunir com os representantes do clube brasileiro. Fê-lo sem informar qualquer dirigente do Vitória nem qualquer responsável pela estrutura da equipa. Ao que se julga saber, apenas terá comunicado essa ausência a um dos capitães, alegando motivos pessoais;

7 – Na manhã de 30 de abril os responsáveis pelo Vitória são confrontados com uma fotografia do treinador Álvaro Pacheco partilhada numa rede social por um sobejamente conhecido restaurante de Lisboa, especificamente pelo universo do futebol, acompanhado por uma outra pessoa, e com o seguinte comentário: “resistirá o treinador português ao anunciado chamamento brasileiro?”;

8 – De imediato, o Presidente do Vitória Sport Clube ligou para o representante do treinador dando-lhe conta da gravidade dessa situação e do seu desagrado pelo completo desrespeito pelas condições acordadas relativamente à discrição e sigilo na realização da reunião, e que perante o que havia acontecido o treinador Álvaro Pacheco tinha de clarificar se estava na disposição de permanecer como treinador do Vitória e cumprir o contrato que mantinha com o Clube até ao final da próxima época, ou se queria desvincular-se de imediato;

9 – A resposta daquele representante foi que a intenção e vontade do treinador Álvaro Pacheco era abandonar o Vitória no final desta época;

10 – Com o avançar do dia 30 de abril o Presidente do Vitória Sport Clube é informado que o treinador Álvaro Pacheco abordou adjuntos da equipa principal, e que faziam parte da estrutura mesmo antes da sua chegada ao Clube, para a ele se juntarem naquela que seria a futura equipa técnica do clube brasileiro;

11 – O Vitória tomou ainda conhecimento que antes destes factos o treinador Álvaro Pacheco havia mantido com o mesmo clube brasileiro diversas reuniões através de videoconferência, sem que disso tenha dado conhecimento aos responsáveis do Vitória.

12 – Na noite de ontem (14-05-2024), o Presidente do Vitória Sport Clube foi contactado pelo representante do treinador Álvaro Pacheco, informando-o de que o treinador apresentava a sua demissão, com efeitos imediatos, o que, atento as circunstâncias, foi aceite.

13 – Em face desta situação, os treinos e orientação do último jogo do campeonato serão assegurados por Rui Cunha, juntamente com outros treinadores da casa, que de imediato aderiram e abraçaram essa responsabilidade, o que é de realçar.

O máximo dirigente dos vimaranenses ainda referiu que não está preocupado com a preparação da nova temporada.

«Temos um departamento estratégico que já estava a preparar a próxima época. No dia a seguir ao jantar em Lisboa, tive o cuidado de ligar ao agente do Álvaro se ia continuar ou sair. Ainda acreditávamos que ia ficar, não foi o caso, o treinador mostrou a vontade de sair na próxima época. O projeto tem de continuar, teremos outro timoneiro, um momento de algum suspense, agora, mas as coisas vão continuar a ser trabalhadas como até agora.»

«Consumadas estas saídas, o comando da equipa principal passou para o técnico Rui Cunha, que, juntamente com Douglas Jesus, Nuno Madureira, João Tiago Ribeiro, Celso Andrade e Francisco Martins, já orientou o treino da manhã desta quarta-feira, de preparação para o jogo com o Arouca, referente à última jornada da Liga», refere o clube.

Fonte: A Bola

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