A figura do Secretário de Estado deve ser eliminada, uma vez que torna impossível a avaliação do desempenho do governador. Quem o diz são os analistas Fernando Lima e Samuel Simango que acrescentam que não existe um programa nítido para a função de governador.Nas primeiras eleições provinciais no país, a Frelimo ganhou nas onze províncias e, nessa altura, renovou com todos os governadores, salvo em algumas excepções. Para este ano, a maioria dos governadores da Frelimo vai concorrer para a sua própria sucessão.Para Fernando Lima, jornalista e analista, caso haja um novo governo liderado pela Frelimo, é crucial que seja eliminado o cargo de Secretário de Estado e de alguns Administradores. “Espero que finalmente essa aberração de Secretários de Estado seja afastada, porque quando se fala de austeridade, uma das questões que se pode colocar é o corte dos administradores de cidade, administradores a outros níveis na províncias e dos secretários de Estado.”Lima acrescenta que, sob ponto de vista político, a recolocação dos governadores é um presente envenenado para o candidato presidencial, Daniel Chapo, uma vez que não se sabe se ele participou da escolha dos candidatos a governador.“Creio que ele gostaria de fazer as suas próprias listas e gostaria de ter dado uma grande participação as novas listas de governadores. Isto não aconteceu e a conclusão do eleitorado é que o novo governo, eventualmente, será o mesmo, o que transmite uma má imagem ao candidato Daniel Chapo”, disse Lima.Samuel Simango, por sua vez, explica que é quase impossível avaliar o desempenho do governador, pelo facto de não se conhecer o programa nítido desta figura. Acrescenta ainda que: “tudo indica que há um grupo ao nível central que escreve os programas e endoça-os para os governadores, porque se não há nenhum programa que o governador apresenta, é difícil, no final do mandato, que se avalie o que ele fez”.Dos governadores, continua, foram apenas promessas de construção de estradas e desenvolvimento dos transportes, no entanto, estas actividades não são de sua responsabilidade. Portanto, “esta promiscuidade toda não permite que seja avaliado o desempenho de um governador”.“Os discursos dos governadores não trazem nenhuma novidade, dizem apenas que vão continuar o trabalho que vinham fazendo, mas não se conhece o tal trabalho”.
Fonte:O País