Revista Tempo

Diplomatas defendem que o país deve evitar construções desordenadas na costa

Os embaixadores da Espanha e Portugal em Moçambique, Teresa Orjane e António Costa Moura, respectivamente, defendem que o país tem a oportunidade de não repetir os erros cometidos pelos europeus na protecção costeira. Os diplomatas entendem que, para o crescimento sustentável do turismo,  Moçambique deve evitar todo o tipo de construções que perturbam o ambiente ao longo da orla.Moçambique tem mais de 2700 quilómetros de costa, sendo que o sector do  turismo contribui com quase 9% do Produto Interno Bruto (PIB).Grande parte do turismo praticado em Moçambique é de sol e praia, uma prática  muito apreciada mundialmente. Para que o país continue como um dos melhores destinos turísticos, a embaixadora da Espanha em Moçambique, Teresa Orjane,  diz que o país deve evitar os erros cometidos pelos europeus.“Olhando para aquilo que foi o turismo na Espanha, nos anos 60, nós estamos agora constantemente a corrigir. Quero dizer que a costa tem de ser preservada. Nós só fizemos tarde a protecção da costa, a protecção das dunas, a protecção dos mangais. Tem de ser um projecto bem feito, porque os parceiros europeus vão querer saber qual é o futuro da costa”, elucidou Teresa Orjane.A mesma posição é defendida pelo embaixador de Portugal em Moçambique,  que cita como exemplo o investimento errado feito no Algarve.“Temos de evitar a repetição dos erros. Não há necessidade nenhuma de estarmos a estragar as dunas, derrubar o ambiente, perturbar o ecossistema, estragar a natureza, quando isso é que é o verdadeiro atractivo que traz os turistas. Os turistas vão a um sítio porque ali existe uma coisa única. E, muitas vezes, essa coisa única que é procurada pelos turistas é a paz, a ausência do betão, de perturbação da paisagem, silêncio, paz interior e sossego para poder ler um livro em paz, por exemplo. Isso vale ouro”, notou António Costa Moura.O diplomata diz, ainda, que o país deve encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento e a protecção do ambiente.“Nós não podemos ser fundamentalistas do ambiente ao ponto de colocar em causa o desenvolvimento económico, mas também não podemos ser tão ambiciosos desmesuradamente, ao ponto de querer ganhar e estragar aquilo que nos pode dar sustentabilidade a longo prazo. É este justo equilíbrio e este bom senso que se dirige a quem manda e toma opções.”Os diplomatas falavam na cidade de  Inhambane, onde participam no fórum de negócios e no diálogo de parceria entre Moçambique e Europa.

Fonte:O País

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