Revista Tempo

O carcereiro que, por suas raízes, fará história na Premier League

Sunny Singh Gill faz história na Premier League por suas origens. Captura/PremierLeague

Sábado, será um dia especial na Premier League. Sunny Singh Gill se tornará o primeiro árbitro britânico, com raízes no sudeste asiático, mais especificamente na Índia, a apitar um jogo da principal competição inglesa.

Sunny Gill Singh será responsável pela arbitragem da partida entre Crystal Palace e Luton Town. Será o seu primeiro jogo na melhor liga da Inglaterra, depois de apitar no último fim de semana o Sunderland-Leicester.

“O futebol sempre esteve na família. Meu irmão e eu crescemos amando o esporte e, como a maioria das crianças pequenas, só queríamos jogar. Mas em nossa casa era um pouco diferente, porque quando íamos para a escola primária, sabíamos que nosso pai sairia para arbitrar no fim de semana”, disse à EFL.

Seu pai é Jarnail Singh, que se tornou o primeiro, e até agora o único, árbitro a usar um turbante em um jogo. Ele dirigiu 150 partidas, entre 2004 e 2010, no futebol inglês. “Houve momentos em que ele era o quarto árbitro na Premier League e nossos amigos nos diziam que o viram no jogo”, disse.

Um árbitro com personalidade

Apitar na Premier League não vai intimidar Sunny. O árbitro também é funcionário prisional, cargo que ocupou até 2022, mas ainda faz turnos ocasionais.

“É um pouco mais fácil de lidar com os jogadores. Em uma prisão, é preciso saber como falar com as pessoas quando estão com raiva e frustradas. Os jogadores são iguais quando as coisas não saem como querem”, explicou ao ´The Sun´.

Sunny começou a apitar na liga dominical aos 17 anos: “Os jogadores chegavam meio bêbados, por saírem na noite de sábado. Sempre pensavam que sabiam mais do que você. Cada decisão que eu tomava era a Terceira Guerra Mundial. Por 25 libras por jogo ou o que fosse, eu nem mesmo aproveitava, e isso me desanimava”.

“Nunca enfrentei nenhum comentário racista, mas quase me envolvi em algumas brigas. E como pessoa não branca no futebol, é mais fácil para as pessoas lembrarem do seu rosto, se você cometer um erro”, confessou.

Fonte: Besoccer

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