Revista Tempo

Porto Príncipe registra êxodo de milhares de pessoas após nova onda de violência

Insegurança alimentar aumentou com a crise política e de segurança

A gravidade da violência na capital haitiana Porto Príncipe leva a um êxodo de milhares de pessoas, segundo o Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária, Ocha.

Em nota, o escritório aponta os atos na última sexta-feira em Delmas, que levaram centenas de pessoas a deixar a área situada a sudoeste do principal aeroporto internacional.

Violência, exploração sexual e falta de alimentos

Após os ataques, o Fundo de População da ONU, Unfpa, descreveu condições deploráveis em acampamentos acolhendo deslocados “que correm o risco de violência, exploração sexual e falta de comida e outros produtos mais básicos”.

Agências de notícias informaram que as gangues sitiaram vários bairros, onde queimaram casas e trocaram tiros com a polícia por várias horas. 

Operações do Programa Mundial de Alimentos alcançaram mais de 660 mil pessoas
© Unocha/Giles Clarke
Operações do Programa Mundial de Alimentos alcançaram mais de 660 mil pessoas

Os mais recentes ataques estão entre os “piores após o anúncio do novo primeiro-ministro”, Fritz Bélizaire. O ponto de entrada ao Haiti esteve fechado por quase dois meses.

A ONU estima que a violência de gangues já matou ou feriu mais de 2,5 mil pessoas entre janeiro e março no Haiti. O total de vítimas corresponde a um aumento superior à metade em comparação com o mesmo período do ano passado.

Desafios e situação de segurança

De acordo com a diretora executiva do Unfpa, Natalia Kanem, as mulheres e as crianças são a maioria dos deslocados e têm sido particularmente afetadas pela violência.

No terreno, os funcionários humanitários atuam apoiando os necessitados diante de inúmeros desafios e da situação de segurança servindo na capital haitiana e em outras partes do país caribenho.

© PMA/Jonathan Dumont
Unfpa fala de condições deploráveis em acampamentos acolhendo deslocados

As operações do Programa Mundial de Alimentos, PMA, alcançaram mais de 660 mil pessoas, incluindo com a oferta de refeições escolares, proteção social e programas de emergência em todo o país.

 Crise política e de insegurança 

A Organização Mundial da Saúde, OMS, tem atuado com agências locais desde fevereiro na oferta de assistência médica a mais de 36 mil deslocados vivendo em 22 locais.

Um grupo de agências humanitárias que forma a Rede de Sistemas de Alerta Precoce contra a Fome advertiu que a piora da insegurança agravou as dificuldades de consumo de comida. 

Em abril, a insegurança alimentar aumentou com a crise política e de segurança pública que continuam a impactar a economia e a alterar o modo de sobrevivência dos haitianos mais pobres. 

Fonte: ONU

Exit mobile version