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Título, amarelos e reforços: tudo o que disse Amorim

Título, amarelos e reforços: tudo o que disse Amorim

Treinador do Sporting fez a antevisão ao jogo com o E. Amadora, amanhã, sexta-feira, às 20.30 horas, considerando ser especial pela envolvência na Reboleira

– Esta foi a última paragem para ir às boxes antes da reta final do campeonato. Como é que está a equipa?

– Em relação à equipa, está bem. Paragem deu para recuperar alguns jogadores, descansar, outros foram para a seleção, apenas o Inácio fez os noventa minutos durante o último jogo. Devido ao tempo de recuperação e o historial dele, porque teve uma lesão no isquiotibial, tem de haver uma gestão. O resto está pronto para o jogo. Tivemos um percalço com o Seba [Coates], que acabou por recuperar, o Marcus [Edwards] já fez dois dias mais ou menos de treino. O Trincão, recuperámo-lo até ao último minuto, vamos levá-lo. Temos de levar toda a gente para um jogo difícil.

– Trata-se de um jogo importante antes dos dérbis com o Benfica, um para a Taça de Portugal e outro para a Liga. Que comentário faz?

– O Estrela é sempre difícil, tem jogadores muito rápidos na frente. Tivemos problemas no primeiro jogo cá. Foi muito pela nossa colocação, de alguns jogadores, não vou dizer quem, mas olhando para a imagem do jogo, acho que vamos melhorar nesse aspeto. Temos de estar precavidos e estar tão fortes como, por exemplo, no jogo com o Moreirense. Preparar bem as transições, estar muito concentrados, num jogo em que também conta a bola parada. Sabemos o que temos de fazer, voltar à mentalidade de saber que não podemos perder pontos.

– Como está Pedro Gonçalves? Vai poder contar com ele para algum dos dérbis?

– O Pote não vai estar para este, vamos fazer o máximo para que recupere.

– Há sete jogadores em risco de ver amarelo a falhar jogo com o Benfica. Vai fazer alguma gestão?

– Queremos sempre o maior número de jogadores, não por ser dois dérbis, mas porque são muitos jogadores que podem ficar de fora do próximo jogo. Não sabemos qual vai ser o jogo mais importante do campeonato. As coisas são como são e temos de jogar a cem por cento. A única gestão a fazer é quem está melhor vai jogar, ou a parte do Inácio, o Morten que fez 45 minutos, só nesse aspeto é que podemos mudar alguma coisa. Quanto gestão de cartões amarelos, não estamos em condições disso.

– O mercado de transferências já se faz sentir, pelo menos, no que a interesse de vários clubes em jogadores do Sporting diz respeito. Considera que isso pode afetar os jogadores nesta fase?

– Não. Neste momento, está tudo focado no campeonato, o mercado está fechado e só na próxima época é que poderá haver mudanças. Acho que não altera nada na mentalidade dos jogadores, queremos muito ganhar títulos e sabemos da importância dos jogos que vêm aí. O mercado tem sido assim há alguns anos.

– No jogo da primeira volta o Sporting teve muitas dificuldades defensivas, com bolas nas costas e sofreu dois golos em Alvalade. Para este jogo vai usar centrais mais rápidos?

– Centrais rápidos ou mais lentos, obviamente que as características dos adversários contam. Temos isso em conta, mas também existe a bola parada, por outro lado. Todos os nossos centrais, e se olharmos para o jogo com o Benfica, que alinharam só com jogadores rápidos, sem avançados, e tivemos o Seba [Coates], que não é o central mais rápido… às vezes a escolha tem de ver com a inteligência. Jogar três para três na defesa é o futuro. Temos de jogar como equipa grande, homem para homem com pressão alta. Temos é de melhorar nos pormenores. Com e sem bola, não fizemos um grande jogo nesse dia. Vamos estar melhor neste jogo, num campo e ambiente dificil.

– O Sporting pediu dispensa de Quenda da Seleção Nacional de sub-17 nesta paragem do campeonato, mas acabou por ficar e esteve em destaque de Quinas ao peito. Pode agora aparecer mais vezes na equipa principal?

– O Quenda tinha sido pedido pela equipa B, pensava que era para o período todo, mas depois juntou-se a Seleção e foi essa a confusão. É um miúdo em que acreditamos muito, poderá estar junto da equipa principal para o ano. Não vamos fazer comparações entre um jogo de seleções sub-17 e o nível que temos aqui, mas é muito óbvio para todos que é um dos jogadores que vemos como um grande projeto, devagarinho pode ser opção.

– Na sua cabeça acha que o dérbi em Alvalade será um xeque-mate para o título?

– Não acho. Porque já vivemos isso no último título. Quando menos se espera, perdemos seis pontos em quatro jornadas. Tudo pode acontecer. Este jogo com o Estrela ainda é mais importante, porque é o preparar para um jogo especial. Diferente. Não pelo campeonato, mas pela envolvência. Este jogo é mais importante e mais decisivo do que o do Benfica.

– Nesta altura, tendo um jogo a menos e com mais um ponto, se não ganhar o campeonato é porque o perdeu ou o adversário o ganhou?

– Vantagem de um ponto? Obviamente que estamos a falar de um jogo que ainda temos na mão, mas não está ganho. Se tudo correr bem, daqui a umas semanas, poderei responder a isso. Lembro-me que tínhamos oito pontos de avanço no primeiro ano e eu disse que só nós podíamos perder o campeonato. Estamos a falar de um ponto, que não é nada, e o outro jogo é uma deslocação difícil.

– O Fresneda é um dos jogadores que tem aparecido pouco. Pode falar um pouco do que tem sido a época dele?

– O Fresneda esteve três meses parado, com um problema no ombro, tentámos tratá-lo de outra forma, mas a paragem foi grande. Depois com a adaptação do Geny [Catamo] e o seu crescimento, bem como do Esgaio, são todos da mesma posição e torna-se difícil. Cada época tem a sua história. Até ao final todos podem jogar, é mais um jogador de equipa que teve um azar muito grande. Faz parte da vida de um jogador.

– Ainda consegue passar a mensagem que quer aos jogadores ou sente que tem de usar alguns truques para que toda a informação seja assimilada?

– Quando estava em quarto lugar é que era difícil passar a mensagem. Agora não, estamos a nove jornadas de podermos ser campeões. Num clube que não ganha assim tantos títulos seguidos, é um aliciante grande. O mais difícil é os jogadores não pensarem tanto nisso, no que pode acontecer a longo prazo e pensarem na tarefa. Pensarem na qualidade do Léo Jabá, do Ronaldo [Tavares], os centrais, o facto de o Miguel Lopes poder jogar a central e depois vir para médio-centro e todos os pormenores. A minha mensagem é: preocupem-se com o jogo, o resto vai aparecer depois.

– Ainda sobre os cartões amarelos, mais especificamente a situação de Hjulmand, que vê muitos cartões, jogou pela seleção da Dinamarca, o Daniel Bragança está em muito boa forma, poderá haver aqui uma gestão?

– Em relação ao jogo de amanhã, tudo isso tem muita lógica, mas não vos vou dizer aqui, mas tudo isso tem muita lógica.

– E em relação aos jogadores que têm sido apontados ao Sporting? Como faz essa gestão enquanto treinador, sendo que a sua continuidade não está assegurada?

– Este ano é mais fácil, só planeio a próxima época com o dinheiro da Liga dos Campeões. Nós enquanto clube é muito maior do que enquanto treinador, já estamos a fazer o planeamento da pré-época, onde vai ser, que jogadores podem sair, já estamos a planear o que podemos planear, de resto temos de esperar um bocadinho mais porque envolve isso da Liga dos Campeões. Está tudo a ser tratado.

Fonte: A Bola

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