O Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) foi uma das personalidades que interveio nas cerimónias fúnebres de Arão Litsure, no Paços do Município de Maputo, esta manhã. No seu discurso, Dom Carlos Matsinhe disse que o artista habituou aos moçambicanos a expressar o poder de Deus, com um sorriso particular, não fosse ter nascido e crescido numa família cristã.
De acordo com Dom Carlos Matsinhe, Arão Litsure esteve presente na discussão da construção de um país mais justo através da música. Foi um cidadão exemplar e que por consequência disso presidiu a Comissão Nacional de Eleições entre 2003 – 2007, o que fez com mestria. “Exerceu a cidadania assumindo funções de relevo no país. O legado de justiça será um farol para as nossas acções”, assegurou Dom Carlos Matsinhe, igualmente, em nome de todos os antigos presidentes da CNE.
Sem poder participar presencialmente nas cerimónias fúnebres, Childo Tomás, baixista que integrou a banda Alambique, enviou uma carta do estrangeiro que foi lida por Roberto Chitsondzo. Para Childo Tomás, Alambique ficou órfão e sem os dois pulmões (Arão Litsure e Hortêncio Langa). O baixista escreve que sente pelo desaparecimento, mas agradece pelo facto de o reverendo ter sido figura fundamental no seu trajecto e carreira musical e por ter sido referência para sua geração. Por isso espera que a sua obra continue inspirando a música moçambicana tradicional, moderna e contemporânea.
“Obrigado por me ter deixado crescer nos seus braços, pela sua identidade, forma de compor e construir sempre interessado na fusão da música tradicional e do jazz. Obrigado pelas lições de vida. Partiste e deixaste-me com parte do projecto que juntos sonhamos em homenagem a Hortêncio Langa e Adérito Gomate”, escreveu Childo Tomás, baixista residente em Barcelona, Espanha.
Fonte:O País