Reedição de batalha em 2023 no primeiro ‘monumento’ da temporada. Neerlandês tenta o ‘bis’. Esloveno pretende primeira vitória na ‘Classissima’
Primeiro monumento do ano, como manda a tradição, a clássica Milão-Sanremo, corre-se este sabado em Itália, pela primeira entre Pavia, nos subúrbios da cidade do design e da moda, na interior Lombardia, e a glamorosa estância de verão costeira na Ligúria, como é tradição há 115 edições.
O percurso de 288 quilómetros, os diferentes Capi, a Cipressa, o Poggio e a icónica meta na Via Roma de Sanremo, ingredientes que fazem a fama da Classissima. O cenário está montado e é lindo, e encherá de glória o vencedor da corrida mais longa do ciclismo profissional. E há muitos que pretendem suceder a Mathieu van der Poel.
O neerlandês da equipa Alpecin-Deceuninck procura revalidar o triunfo de 2023 na sua primeira competição em estrada esta temporada. Dominador na sua outra disciplina no ciclismo, o ciclocrosse, em que se coroou bicampeão mundial, no início de fevereiro, o também campeão mundial de fundo em estrada pretende tornar-se apenas o quinto corredor a vencer a Milão-Sanremo com a camisola de arco-íris, depois de Alfredo Binda (1932), Eddy Merckx (1972, 1975), Felice Gimondi (1974) e Giuseppe Saronni (1983).
Mas a oposição à conquista do quinto monumento por Van der Poel é mais uma vez fortíssima, e certamente o mais temível, tal como foi na edição de 2023, chama-se Tadej Pogacar. O esloveno da formação UAE Emirates parece mais forte do que nunca após a vitória esmagadora na recente Strade Bianche, com que iniciou a sua época de competição, isolando-se a mais de 80 quilómetros da meta. Pogacar procura somar sexto monumento e o quarto (Volta a Flandres, Volta à Lombardia e Liège-Bastogne-Liège) dos cinco.
Van der Poel reconhece o favoritismo do adversário. «Pogacar já está em ótima forma e percebe que precisa tornar a corrida difícil. Prevejo que o ritmo já seja alto na Cipressa [penúltima subida], antes do Poggio [última]. A minha tática? Segui-lo!», afirmou o também já vencedor de dois monumentos, Volta a Flandres (2020 e 22) e Paris-Roubaix (2023).
«Na verdade, não há muita tática nesta corrida. Normalmente, tudo acontece no Poggio. Será importante estar bem posicionado na Cipressa e, claro, no Poggio, e é aí que as pernas vão falar», analisou o corredor, de 29 anos, que crê que Pogacar tenha capacidade de fazer o mesmo que ele fez na edição transata.
«Não ficarei surpreso se ele se isolar no Poggio. Não será fácil, mas se for melhor do que os outros, sim, creio que é possível», conclui Van der Poel.
Tadej Pogacar procura retificar o desaire de 2023. Contra-atacado no Poggio por Mathieu van der Poel, o esloveno não conseguiu melhor do que o quarto lugar, ainda atrás do italiano Filippo Ganna, segundo classificado (e que voltará a participar este ano) e do hoje ausente belga Wout Van Aert, terceiro.
«Como já disse, esta corrida é uma das mais difíceis de vencer e pode originar resultados imprevisíveis. Claro que vamos fazer um plano e colocar-nos na melhor posição possível na fase decisiva. É uma corrida que quero muito vencer», refere o corredor, de 25 anos.
Fonte: A Bola