China pode impulsionar a revolução das energias renováveis em África – Boston University

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A China tem uma oportunidade única de impulsionar uma revolução energética em África, mas primeiro tem de inverter quase duas décadas de negligência em relação aos investimentos em energia verde no continente, segundo um estudo da Universidade de Boston.

Pequim tornou-se o maior parceiro comercial bilateral do continente desde o início do século e financiou projectos de infra-estruturas de grande escala no valor de milhares de milhões de dólares.

Há três anos, o Presidente chinês Xi Jinping afirmou que o País não iria construir novos projectos de energia a carvão no estrangeiro, comprometendo-se a lidar com as alterações climáticas através do apoio ao desenvolvimento de energias verdes e com baixo teor de carbono.

Embora o potencial de energia verde de África seja um dos mais elevados do mundo, os empréstimos e investimentos chineses têm, até agora, dado relativamente pouco apoio à transição energética do continente, de acordo com um relatório do Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston e do Consórcio Africano de Investigação Económica.

Os empréstimos para as energias renováveis, como a solar e a eólica, concedidos pelas duas principais instituições chinesas de financiamento do desenvolvimento constituíram apenas 2% dos seus 52 mil milhões de dólares de empréstimos no sector da energia entre 2000 e 2022, ao passo que mais de 50% foram atribuídos aos combustíveis fósseis.

Tendo em conta os actuais desafios económicos e as futuras oportunidades no domínio da energia, a China pode contribuir para o acesso e a transição energética em África através do comércio, do financiamento e do IDE (investimento directo estrangeiro), afirma o relatório.

As instituições chinesas de financiamento do desenvolvimento têm-se concentrado no investimento na extracção e exportação de produtos de base para a China e em projectos de electrificação.

Os empréstimos chineses têm visado muitos dos mesmos sectores que produzem o petróleo e os minerais que são enviados para a China.

Pelo menos oito projectos hidroeléctricos financiados pelo Banco de Exportação-Importação da China (CHEXIM), que representam 26% de todos os empréstimos hidroeléctricos, destinam-se a apoiar a extracção de vários metais.

Embora esta via tenha conduzido a receitas de exportação para as economias africanas, os países africanos ainda não estão a receber todos os benefícios das tecnologias de energias renováveis, afirma o relatório.

Em 2022, os combustíveis fósseis representavam cerca de 75% da produção total de electricidade em África e cerca de 90% do consumo de energia, segundo o relatório.

Fonte: O Económico

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