Revista Tempo

Herrera e seu esboço para a RFEF: mudanças no VAR, Supercopa na Espanha e sorteio puro na Copa

Carlos Herrera, candidato à RFEF. EFE

Com Luis Rubiales fora do cargo há meses e Pedro Rocha no comando até as próximas eleições, Carlos Herrera, que já havia insinuado anteriormente a ideia de aspirar à presidência da RFEF em algum momento, oficializou esse projeto. O renomado jornalista falou ao ‘Marca’ para expor quais seriam as chaves do esboço de Federação que ele planeja criar. “Vejo a RFEF como um gigante adormecido. Precisa de uma regeneração, uma refundação”, enfatizou Herrera para introduzir suas explicações.

“Todos fazemos parte do futebol, mas, acima de tudo, os jogadores. Também é preciso apostar tecnologicamente, dar um passo à frente. O futebol espanhol é uma grande empresa que deve ser gerida com critérios empresariais e critérios de divulgação, contribuição e concentração”, respondeu sobre o que ele acredita ser o núcleo do futebol nacional, nos dias de hoje. E entrou em um tema quente: a arbitragem.

“Aos árbitros, é preciso dar um papel de destaque, mas, acima de tudo, autonomia na escolha de seus representantes. Eles devem escolher o chefe dos árbitros, além de colaborarem com os novos esquemas de comunicação, que agora regem todos os esportes. Não estou dizendo que eles devam passar o dia explicando por que marcaram um pênalti, mas acredito que devem intervir nessa pequena festa expositiva que é o futebol, quando o jogo acaba. Com respeito e consideração, apoiando-os em tudo”, acrescentou.

E dentro da arbitragem, o VAR continua sendo motivo de discussão, desde sua chegada: “Os árbitros em atividade não deveriam estar no VAR. Existem árbitros muito capacitados e que não estão em atividade. Eles poderiam suavizar um pouco a própria aspereza do VAR. Acredito que deveria haver um jogador, porque eles veem coisas que nós não vemos. Eles jogaram e sabem a intenção por trás de um carrinho ou uma mão. O VAR deve julgar jogadas pontuais. Ou seja, não deve ser um instrumento que seja usado para interpretar ações, que é o que os árbitros fazem”.

Sobre a Supercopa da Espanha, que tem gerado muito debate nos últimos anos, Herrera expôs: “Tenho duas ou três certezas sobre ela. Uma delas é que a Supercopa da Espanha deve ser disputada na Espanha, respeitando os contratos estabelecidos pela RFEF com outros países. O modelo que foi para a Arábia é apreciado e, acredito, poderia ser feito na Espanha, em uma cidade, estilo Final Four. Imagine em Málaga, Sevilha, Oviedo, Canárias… imagine uma cidade com quatro grandes equipes”.

Sobre a Copa do Rei, ele reconhece que vê uma pequena mudança conceitual: “Acredito no sorteio puro de equipes e no de campo, com alguma compensação. Se um clube da Primera RFEF tiver que jogar no Bernabéu, o clube maior deveria ter atenções especiais com o clube mais humilde. Mas se sair um Atlético-Athletic na segunda eliminatória, então é sorteio puro e simples”.

“Sobre a Copa do Mundo de 2030, ela é de fato uma vitrine para a marca ‘Espanha’. Permitirá que 70% dos jogos sejam realizados na Espanha, será necessário estudar bem as sedes. Mas a abertura e a final deveriam ser jogadas aqui. Tem que ser na Espanha. Devemos criar um bom comitê organizador e boas estruturas. O novo Camp Nou é um bom momento para exibi-lo, e o novo Bernabéu estará rodando. Pode haver uma semifinal em Portugal, Marrocos… mas a maioria deve ser na Espanha”, comentou.

Caso Rubiales. “Com todo respeito, ele foi julgado por duas coisas bem diferentes. A primeira – sua atuação à frente da Federação – ele realmente não foi julgado. Na outra, ele foi vítima do exagero e dos comportamentos inadequados, na final da Copa do Mundo. Ações das quais tenho certeza que ele se arrependeu, mas que foram levadas ao paroxismo. Um exagero que parece pretender colocar alguém na prisão por uma ação indecorosa”, disse Herrera ao ‘Marca’.

Fonte: Besoccer

Exit mobile version