Revista Tempo

Perspectivas Económicas Globais – EIU prevê desinflação mas alerta para aumento de riscos

Desinflação continuará, mas os riscos ascendentes persistirão

A Economist Intelligence Unity (EIU) acredita que ocorrerá, este ano, uma normalização da oferta pós-pandemia, juntamente com um crescimento mais fraco da procura, eventos que reduzirão a inflação dos preços no consumidor na maioria dos mercados, prevendo que será, em média 2,4%, nas economias desenvolvidas.

Contudo, adverte a consultora, os rápidos ganhos de preços dos últimos anos não serão desfeitos, porque os riscos ascendentes continuam a pesar nas nossas perspectivas de inflação, embora permaneçam muito abaixo dos níveis alcançados durante a pandemia.

O aperto monetário acabou, mas haverá cautela no afrouxamento

“As nossas previsões assumem que a Reserva Federal (Fed, o banco central dos EUA) e o Banco Central Europeu (BCE) concluíram os seus aumentos das taxas directoras”. Diz a EIU, para depois acrescentar que o desejo de ancorar totalmente as expectativas de inflação significa que ambas as instituições provavelmente agirão mais tarde do que os mercados esperam em termos de redução das taxas.

“Nós prevemos que a flexibilização terá início em Junho e que então prosseguirá de forma bastante gradual”. Sublinha a EIU.

A EIU prevê também que afastamento gradual do Japão de ambientes ultra-acomodativos continuará em 2024, prevendo-se que a sua taxa directora regresse a zero e que alguns mercados emergentes continuarão a baixar as taxas antes do Fed para apoiar o crescimento, à medida que as perspectivas cambiais se estabilizarem, e a China manterá uma postura flexível para afastar o risco de deflação.

“Não esperamos um regresso às taxas de juro próximas de zero da década de 2010 durante os próximos cinco anos, com uma tendência de investimento mais elevada e a rigidez nos mercados de trabalho (relacionada com o envelhecimento da população e as mudanças na força de trabalho) mantendo um piso abaixo da inflação”, frisa a EIU para, depois, concluir que haverá pouca margem fiscal para apoiar o crescimento.

Mercados emergentes, IA e indústrias verdes lideram oportunidades de crescimento

Mesmo com a economia da China a abrandar para menos de 4% de crescimento até 2028, a Economist Intelligence Unity, prevê, nas sua “Perspectivas Económicas Globais”, recentemente publicada que as economias em desenvolvimento e emergentes contribuirão com a maior parte do crescimento do PIB global nos próximos cinco anos, ajudadas por contribuições mais fortes de outros mercados.

Prevê-se que a Índia se expanda mais rapidamente do que qualquer grande economia global em 2024-28. Diz a EIU.

“A nível sectorial, vemos oportunidades ligadas à reestruturação da cadeia de abastecimento e à procura de recursos que são críticos para as indústrias futuras e para a transição verde. A inteligência artificial (IA) criará oportunidades de redução de custos e conduzirá a algumas perturbações, mas, em geral, acreditamos que é mais provável que aumente, em vez de substituir, as capacidades humanas, resultando em mudanças de emprego em vez da destruição de empregos”

Fonte: O Económico

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