De Daniel Ramos para Daniel Sousa, o Arouca mudou mais do que um apelido.
O jovem treinador (39 anos) conseguiu dar aos ‘lobos’ uma identidade que até aí não mostravam, explorando a qualidade dos jogadores do seu plantel, em particular no ataque.
A ‘sociedade espanhola’ constituída por Cristo González, Rafa Mujica e Jason Remeseiro (e Javi Montero, já agora, esse na defesa) tem impressionado. São jogadores com ‘escola’, com passagem pelos melhores emblemas de Espanha, mas que, por alguma razão, não vingaram na LaLiga.
O que têm feito nos últimos meses tem sido fundamental para a recuperação do Arouca na liga portuguesa. Não só eles, claro; a equipa está coesa, independentemente da nacionalidade de quem joga.
Quando Daniel Sousa pegou na equipa, o Arouca estava em último, com seis pontos em onze jornadas. Parecia condenado. Agora é sétimo, com 28, dez jornadas depois.
Até começou mal o ano de 2024, com três derrotas seguidas (Benfica e Vitória de Guimarães, na Liga; Vizela, na Taça).
Na altura, não ‘tremeu’; negou que a equipa estivesse numa nova «série de derrotas» e seguiu caminho. Vai em quatro vitórias seguidas, incluindo a goleada ao Vizela (5-0) e, agora a vitória sobre o FC Porto.
E convém não esquecer os 3-0 ao ‘seu’ Gil Vicente, clube da terra onde nasceu e que orientou na época passada, escapando à descida de divisão. Em Barcelos, no entanto, preferiram mudar de treinador para esta época.
Daniel Sousa esteve na apresentação da candidatura de Villas-Boas à presidência do FC Porto. Uma presença que foi criticada, por ser treinador de um clube adversário. Na altura (ou uns dias depois) disse que foi «apoiar um amigo» e matou o assunto por aí, apelando ao «bom senso».
Quem desconfiasse que poderia facilitar a vida ao FC Porto, quando o defrontasse, vendo ali um ‘portista’, teve a resposta esta segunda-feira.
Quem vir no triunfo do Arouca uma forma de apoiar Villas-Boas, não conhece o significado da palavra profissionalismo, ou os valores básicos do desporto.
Esta é apenas a segunda temporada de Daniel Sousa ‘a solo’, depois de uma década a trabalhar com André Villas-Boas. O mínimo que se pode dizer é que parece bem lançado. Contrariando várias lógicas. Menos a da competência.
Fonte: Mais Futebol