Revista Tempo

A crónica do Sporting-SC Braga: Serenata à chuva do brilhante rei leão

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‘Vingança’ da meia-final da Taça da Liga e terceiro 5-0 aos guerreiros em pouco mais de um ano; últimas cinco jornadas dos leões? 26 golos marcados!

Haverá poucas dúvidas de que o Sporting é, até agora, a melhor equipa da Liga. E se dúvidas houvesse foram desfeitas nesta jornada, numa autêntica serenata à chuva do rei leão, com cinco golos para todos os gostos, trucidando o SC Braga com clareza, brilhantismo e até sofreguidão. Um erro individual de Víctor Gómez abriu a passadeira verde para a goleada, mas depois os leões tiraram o oxigénio ao adversário e este colapsou com o mesmo drama dos dois anteriores jogos em Alvalade.

Impossível sabermos o que aconteceria se o espanhol do SC Braga não arrancasse aquele passe lateral que colocou Trincão na cara de Matheus para fazer o primeiro golo. A verdade é que até aí, naqueles oito minutos iniciais, já o Sporting encostara o oponente bem para junto da sua grande área. A falha de Victor Gomez apenas antecipou o que já se esperava: o golo leonino. O massacre, se assim podemos escrever, continuou durante todo o primeiro tempo, com o Sporting a dominar todas as variáveis de jogo, sufocando o SC Braga em toda a linha, com o 2-0 a surgir ainda antes do minuto 20, quando Eduardo Quaresma, parecendo um cavalinho com sangue para dar e vender, furou, furou, furou, teve sorte no ressalto e deu aos leões vantagem mais confortável.

Artur Jorge tinha de fazer qualquer coisa para combater a apatia generalizada da equipa e para estancar as tremendas feridas que o Sporting lhe infringira. O treinador bracarense, porém, não mexeu durante o intervalo, preferindo, talvez, chicotear psicologicamente, durante o descanso, os seus jogadores. E o SC Braga apareceu diferente na segunda parte. Com mais oxigénio, mais garra, mais bola, mais destemor, mais quase tudo.

Nunca se sabe, nestas circunstâncias, se é uma equipa que relaxa, se é a outra que cresce. Provavelmente, um pouco das duas possibilidades. Porém, durante quase meia hora, o SC Braga andou mais perto de criar perigo, mais perto de Adán, sendo que, ao minuto 62, Djaló obrigou o guarda-redes leonino a tremenda defesa a evitar o 2-1.

Vantagem de dois golos é interessante, mas basta um golo do adversário para surgir quebra psicológica. Um golo do SC Braga poderia reabrir o jogo, um golo do Sporting, o terceiro, certamente terminaria com o interesse em redor do vencedor. Até ao minuto 70, sensivelmente, esteve mais perto de aparecer o 2-1 do que o 3-0. Bom, talvez a frase anterior seja um pouco exagerada. O mais correto será dizer-se que o SC Braga equilibrou o jogo, sem criar grande perigo.

E de repente, com elevadíssimo grau de cinismo, o Sporting apanhou a defesa bracarense novamente desguarnecida e, num ápice, acabou com as dúvidas em torno do resultado: 3-0 aos 71 (Gyokeres), 4-0 aos 73 (Daniel Bragança). Dois golos cirúrgicos: quando o SC Braga ganhara um pouco de oxigénio e sonhava em poder marcar, os leões voltaram a retirar-lhes a capacidade de respirar.

Faltavam ainda quase 20 minutos para o jogo terminar e o Sporting vingava-se, assim, da derrota na meia-final da Taça da Liga, na qual, apesar de ter dominado quase de ponta a ponta, não marcara qualquer golo. Na cabeça dos jogadores, sobretudo naqueles que estiveram nesses dois jogos, começou a surgir o fantasma de mais um 5-0. Os leões tinham goleado os guerreiros por duplo 5-0 em Alvalade na época passada (a 19 de dezembro de 2022 nos quartos de final da Taça da Liga e, mês e meio depois, a 2 de fevereiro de 2023, na jornada 18 da Liga) e agora voltavam a forçar um pouco mais em busca de terceiro 5-0. Que acabaria por surgir, pertinho do fim, com Nuno Santos a finalizar de trivela.

O Sporting mantinha, assim, imaculado percurso em Alvalade para a Liga: 11 jogos, 11 vitórias, 37-7 em golos. E nada menos de 26 golos apontados nas últimas cinco jornadas. Ou seja, mais de cinco por jogo.

Fonte: A Bola

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