– Depois de ter sofrido uma lesão no joelho direito em maio (rutura parcial do ligamento cruzado), regressou a Clairefontaine na segunda-feira. Como se sente?
– Sinto-me muito bem e estou muito contente por estar de volta às Bleues. Estive em contacto regular com toda a equipa técnica e com as jogadoras, sobretudo quando estive em reabilitação em Clairefontaine. O Hervé Renard escrevia-me regularmente para saber como estava, o que foi positivo para mim e fez-me muito bem mentalmente ter o apoio do treinador. Fiz quatro partidas pelo Lyon e estou a sentir-me muito bem fisicamente, pegando o ritmo pouco a pouco.
– Como foi a sua reabilitação após a lesão?
– Eu diria que foi bem rápida. Penso que quando se aceita a situação, tudo se torna mais fácil, e foi o que aconteceu comigo. O meu objetivo era estar de volta em oito meses para os jogos e consegui (…) Dentro de um mês ou um mês e meio, penso que estarei no meu melhor.
– Como lidou com a notícia da lesão a poucos meses do Campeonato do Mundo?
– Foi difícil, porque não sabia logo que se tratava de uma lesão grave. No dia seguinte, acordei e o joelho não tinha inchado, então pensei: chorei à frente de todos por nada. No final, tive uma rutura parcial dos ligamentos cruzados.
– Então, não participou no Campeonato do Mundo de Futebol, no verão passado, na Austrália…
– Foi muito frustrante perder o Campeonato do Mundo, acontece de quatro em quatro anos… Preparámo-nos durante anos e um dia perdemos tudo, acontece, faz parte do futebol. É preciso aceitar a situação, porque, se não o fizermos, estamos a colocar obstáculos para enfrentar a operação e a reabilitação.
– Os Jogos Olímpicos de Paris são um dos seus objetivos?
– É um objetivo participar nos Jogos, porque nunca participei nos Jogos Olímpicos. E ainda mais em França, porque é muito raro acontecer na carreira de um atleta. É sem dúvida o meu grande objetivo.
– A equipa mudou desde o seu regresso às Bleus e a chegada de Hervé Renard há um ano?
– Vi de fora e é verdade que há muito menos conflitos. Todos estão concentrados no mesmo objetivo e o grupo vive muito bem em conjunto. Notei-o antes de regressar e confirmei-o desde que cheguei na segunda-feira, convivendo diariamente com as raparigas.
– Como lidou com o episódio em que Hervé Renard foi convidado a trabalhar como freelancer na Costa do Marfim durante a Taça das Nações Africanas (CAN)?
– Se ele quer ganhar a CAN com uma seleção, pode ir, desde que depois esteja disponível para nós. Como não foi na mesma altura, francamente, ele pode fazer o que quiser. Pelo contrário, deixem-no ir e ganhar e depois ele voltará motivado e com vontade de reviver esse sentimento de vitória connosco. Isso não o incomodou de todo. Se ele veio para o futebol feminino, foi para o ajudar a progredir. Ele não desrespeitou o futebol feminino, muito pelo contrário.
– Quais são as suas aspirações, já que você está no Lyon desde 2009?
– Não estou a pensar nisso, o meu objetivo era voltar a entrar em campo, por isso não pensei nisso. De momento, estou no Lyon até ao final da época e também tenho em mente os Jogos, mas pensarei nisso mais tarde. Sempre disse isso, estou no Lyon há muito tempo e nunca escondi do clube que um dia gostaria de jogar no exterior na minha carreira.
– Qual é a sua opinião sobre o desenvolvimento do futebol feminino em França e a chegada de Michele Kang ao comando do Lyon?
– Estamos um pouco atrasados em França em termos de infra-estruturas. Mas, em termos de nível, temos dois clubes franceses nos quartos de final da Liga dos Campeões, o que mostra que, embora haja muito trabalho a fazer, o nível continua a ser muito bom (…). A chegada de Michel Kang é positiva, pois ela investiu no futebol feminino e quer fazer avançar a causa das mulheres. É uma pessoa cheia de ideias e de vontades, e é bom para nós ter o apoio de alguém tão empenhado e sincero como ela ou Jean-Michel Aulas.
Fonte: FlashScore